Adeus Cosme! Obrigado Damião! Eterno Pai do Benfiquismo!
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Adeus Cosme! Obrigado Damião! Eterno Pai do Benfiquismo!


HÁ PRECISAMENTE CEM ANOS O NOSSO COSME DAMIÃO FEZ O ÚLTIMO JOGO COM O “MANTO SAGRADO”: 26 DE FEVEREIRO DE 1916.


NOTA INICIAL: O texto de hoje é acerca da Gloriosa História, por isso, extenso ainda que tenha procurado intercalar várias imagens para tornar a leitura mais agradável



Jornal "O Sport de Lisboa"; 11 de Março de 1916; página 1 e 2 NOTA1: Texto atribuído a António Ribeiro dos Reis (cronista do jornal) 

Ao centro, recebe a bola para iniciar mais uma jogada de ataque, em 25 de Dezembro de 1911, durante um "Dérbi de Lisboa" Imagem digitalizada da página 192 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

Decidiu despedir-se antes do final da temporada. Num jogo internacional, quando estava concluído – e conquistado – o campeonato regional de Lisboa, mas faltava disputar ainda a Taça de Honra de Lisboa! E ele, no Futebol, nada fazia por acaso. Foi um adeus pensado.


A primeira página do jornal do dia de hoje, há 100 anos, a anunciar o jogo que seria o da despedida de Cosme Damião. No dia seguinte, em 27 de Fevereiro de 1916, frente ao mesmo adversário jogaria a médio-centro Francisco Pereira, mas depois seria Carlos Sobral, que chegara do Internacional (CIF) no final de 1914/15, a assegurar a titularidade. O "povo" percebeu que Cosme Damião deixara de jogar. Era assim o futebol nesses tempos. Sem grandes festas, a não ser, a das conquistas de títulos ou vitórias frente a equipas de clubes estrangeiros
A última fotografia (conhecida) enquanto futebolista, no jogo em 20 de Fevereiro de 1916. Penúltimo jogo do nosso Cosme. O Glorioso guarda-redes Picão Caldeira defende um remate de um futebolista do Racing Club, de Madrid perante o olhar arguto do médio-centro e capitão Cosme Damião 

Percebia-se que a final estava a chegar
Cosme Damião tinha uma resistência invulgar. Desde que o plantel da 2.ª categoria de 1906/07, para responder à debandada para o Sporting CP dos principais futebolistas, assumiu inscrever-se no campeonato da 1.ª categoria em 1907/08 fez 167 jogos, com 156 consecutivos, mas só não foram os 167 porque “falhou” um, o último da temporada de 1914/15, para “perceber” o impacto da sua ausência na equipa. Como não gostou do que viu, manteve-se durante mais doze encontros em 1915/16. Esta temporada ainda teria mais treze jogos mas já sem contar com ele a jogar como médio-centro. Além destes 167 encontros, há ainda mais um jogo que até foi a sua estreia, ainda que episódica, na 1.ª categoria, em 17 de Março de 1906, para substituir um futebolista que não compareceu. A jogar na 2.ª categoria como médio-centro foi fazer o lugar de José Cruz Viegas como defesa-direito. Há ainda outro jogo, em 10 de Junho de 1922 (daí Cosme Damião contar com um total de 169 jogos) mas que terá história à parte! 


Cosme Damião (nunca é demais escrever-lhe o nome embora possa ser cansativo para quem lê) abre uma linha de passe de apoio a extremo-esquerdo Alberto Rio (de costas). Um jogo em 25 de Dezembro de 1913, frente ao SC Império, no seu campo de Palhavã, para uma competição criada pelo inexistente SC Império, emblema fundador da AFL, o troféu "Taça Portugal" (não confundir com Taça de Portugal).  Imagem digitalizada da página 258 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

1905: Cosme Damião e a tarimba na 2.ª categoria
Com 24 fundadores e inúmeros aderentes ao novo clube não foi difícil o Grupo Sport Lisboa, através do seu “técnico-de-corolice” Manuel Gourlade constituir duas equipas ou “teams” como se dizia e escrevia nesses tempos em que o Futebol ainda era Foot-Ball. Logo nas primeiras presenças da segunda equipa em campo surge Cosme Damião como médio-centro, embora a posição em 1904/05 e épocas seguintes fosse designada por meia-defesa-central (da tradução «half-back-centre»).

A 2.ª categoria em 1906/07. Conquistou o torneio do Internacional/CIF em 21 de Abril de 1907. Uma equipa fortíssima. Será fundamental para responder à deserção para o SCP em Maio de 1907. Foi inscrita como 1.ª categoria em 1907/08. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. Alinhados com a táctica do jogo. Em cima, os dois defesas e o guarda-redes: Henrique Teixeira, João Persónio e José Netto; Ao meio, os cinco avançados: Félix Bermudes (cap.), Eduardo Corga, Leopoldo Mocho, António Meireles e Carlos França; Na frente, os três médios: Luís Vieira, Cosme Damião e Marcolino BragançaFotografia digitalizada da página 51, do volume I, da História do SL Benfica 1904-1954, de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva

1906: Cosme Damião é escolhido em onze para a 1.ª categoria
Depois de muitos anos a jogar-se de improviso e esporadicamente, ao ritmo de desafios e reptos, lançados em tertúlias e jornais surgiu uma iniciativa louvável, por sugestão de um estabelecimento de venda de artigos desportivos que também editava uma revista, a Casa Senna. Foi a publicação “Tiro e Sport” que lançou e acompanhou o primeiro torneio “à séria” para clubes, realizado em Lisboa, fazendo disputar um troféu, o "Bronze“ Viúva Alexandre Senna”. Nem todos os clubes existentes em Lisboa tiveram coragem de se apresentar em campo para medir forças e mostrar o que valiam. O Sport Lisboa não teve problemas e inscreveu-se. No dia do jogo, uma espécie de meias-finais, em 17 de Março de 1906, foi necessário recorrer a um futebolista da 2.ª categoria, para completar a equipa, o nosso “onze”. O escolhido foi Cosme Damião para jogar como defesa-direito, algo de extraordinário ou talvez não. É que o defesa-direito da 2.ª categoria era Henrique Teixeira, mas Manuel Gourlade confiou mais no médio-centro dessa categoria para fazer o lugar. Ou talvez Henrique Teixeira não estivesse disponível. E ainda havia mais dois futebolistas que costumavam fazer esse lugar (defesa à direita) na 2.ª categoria dessa temporada (1905/06): José Rosa Rodrigues e Leopoldo Mocho. Talvez um dia se consiga saber com maior precisão o que se passou nesse dia um da vida de futebolista, na 1.ª categoria, de Cosme Damião.


Estreia de Cosme Damião na 1.ª categoria. O “Glorioso” em 17 de Março de 1906. De cima para baixo. Da esquerda para a direita: António Couto, Albano Santos, Emílio Carvalho, Manuel Mora, Cosme Damião, Fortunato Levy e H.Hannour (árbitro inglês do Carcavellos Club); Carlos França, António Rosa Rodrigues, Daniel Queiroz Santos, Cândido Rosa Rodrigues e Silvestre Silva. Imagem digitalizada da página 53 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

1907: Resistência e soluções
Uma temporada depois, em 1906/07, já Cosme Damião na 2.ª categoria conquistara, em Abril de 1907, para o Sport Lisboa um troféu no torneio do Internacional (CIF) quando no verão se assiste à debandada dos melhores futebolistas (oito da 1.ª categoria) para o Sporting CP. Entre tantas dificuldades emergem os resistentes, com Cosme Damião a ter papel decisivo na reorganização do Sport Lisboa optando-se por manter o clube activo inscrevendo a equipa (plantel) da 2.ª categoria e os que restaram da 1.ª equipa no campeonato de Lisboa para 1.ª categorias. O Sport Lisboa estava mais forte porque soubera resistir quando tudo indicava que iria sucumbir.


A titularidade de Cosme Damião na 1.ª categoria conseguida com a resposta à deserção para o SCP no Verão de 1907. No campo das Salésias, nas Terras do Desembargador, alinha o novo 1.º "team" para 1907/08, ex-2.º "team" em 1906/07. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. Na disposição que jogavam em campo. Em cima (os cinco avançados, do extemo-direito para o extremo-esquerdo): Félix Bermudes (capitão), António Costa, António Alves, Eduardo Corga e António Meireles; Ao centro, os médios, do direito para o esquerdo: Luís Vieira, Cosme Damião e Marcolino Bragança (que só é Bragança porque já havia um Meireles na equipa quando ele chegou! E que passou a vida, em Angola, a dizer com orgulho: Eu fui half-back-left na equipa do Benfica com Cosme Damião e Félix Bermudes, dos quais continuo amigo!); Em baixo: Leopoldo Mocho (defesa à direita), João Persónio (guarda-redes) e Alfredo Machado (defesa à esquerda). Imagem digitalizada da página 55 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

1908 a 1915: Condução acertada com rumo e sapiência
Resolvida a componente desportiva (e futebolística) sempre o fundamento do “Glorioso” até à actualidade não se “cruzaram os braços”. Sabia-se que alguns dos motivos que levaram à debandada teriam de ser resolvidos. O principal seria conseguir um campo privativo (evitando andar por terrenos públicos a equipar e desequipar, a tomar banho e a fazer marcações a cada jogo, o que já era obsoleto e até ridículo face aos avanços que outros emblemas havia conseguido. Mas também a falta de organização preocupava. Ou seja era necessário libertar para o futebol os futebolistas desobrigando-os de terem tarefas de organizar e dirigir o Clube. O próximo passo foi dado com segurança. Juntar o Sport Lisboa ao Sport Benfica, garantindo a autonomia do futebol e a utilização pelos futebolistas dos principais símbolos do Clube fundado em 28 de Fevereiro de 1904. Uma espécie de “Em Clube que vence (e é gloriosíssimo) não se mexe”! E assim foi em 13 de Setembro de 1908, quando o campo da Feiteira passou a ter futebolistas ilustres e de excelsa qualidade a utilizá-lo. Com Cosme Damião a assumir cada vez mais protagonismo, até à sua nomeação como dirigente e capitão-geral, em Maio de 1909, ou seja, responsável por toda a actividade desportiva do Sport Lisboa e Benfica. Depois seguiram-se anos atrás de anos, com Cosme Damião rodeado de outros associados cheios de genica e boa vontade que criaram um Clube ímpar. Passo-a-passo. Degrau-a-degrau. Estava em marcha o Benfiquismo. Até hoje. Até ao futuro!


Boletim de inscrição para a temporada de 1912/13 (27 anos). Com a habitual modéstia (que não era falsa) considerava que o Benfica necessitava de um médio-centro melhor do que ele. Na "linha de pensamento" do pioneiro como "treinador" Manuel Gourlade: O colectivo (equipa) acima do individual. Por isso escreveu que deveria ser o médio-centro (meia-defesa-central) da segunda categoria. Mas não foi. Como capitão-geral ao iniciar a temporada deve ter entendido que não conseguia melhor e pronto. Mais uma época entre os melhores. NOTA: 14 anos a jogar futebol, ou seja desde os 13 anos, desde 1901 (contabilizou as "futeboladas" na Real Casa Pia de Lisboa)! Não se esquecia de nada o nosso Pai do Benfiquismo!

Cosme Damião e António Marques (à esquerda) escapam-se aos futebolistas do SC Império. Uma triangulação em direcção à baliza adversária.  Imagem digitalizada da página 141 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

1915/16: derradeira temporada
Depois de mais de uma década a “jogar à bola” Cosme Damião decidiu “arrumar as chuteiras”. Tentou em final de 1914/15, não jogando no último encontro da temporada. Não gostou do que viu. Havia um campeonato regional de Lisboa para vencer na temporada seguinte (1915/16), pois o Sporting CP conquistara o título pela primeira vez em 1914/15. Não podia arriscar novo desaire. O Benfica ficar duas temporadas consecutivas a ver passar a glória. Havia que recuperar o “ceptro” de campeão regional. Tinha de continuar a jogar para garantir maiores probabilidades e fazer a integração dos futebolistas com valor que aceitara para o Clube no final de 1914/15. E assim foi. Campeonato recuperado, Cosme Damião de despedida. Tinha 31 anos.


Verbete interno com a última convocatória para um jogo de futebol de Cosme Damião. Um adeus eterno. Imagem digitalizada da página 323 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955
Cosme Damião numa acção defensiva frente a Joaquim Belford (que jogaria depois no "Glorioso"). Mais uma imagem do jogo realizado em 25 de Dezembro de 1913. Imagem digitalizada da página 265 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955
A derradeira  fotografia (conhecida) de Cosme Damião numa equipa do "Glorioso". De cima para baixo. Da esquerda para a direita. De cima para baixo. Cândido Oliveira, Henrique Costa, Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião (capitão-geral), Adolfo Stock e Leopoldo Mocho; Artur Augusto, Manuel Veloso, Herculano Santos, Carlos Sobral e Alberto Rio. NOTA: Esta equipa é a que jogou, numa quinta-feira, em 6 de Janeiro de 1916 num jogo-desforra a pedido do Montriond Sport Lausana, num empate a um golo. Imagem digitalizada da página 320 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

Valores excepcionais como futebolista
Cosme Damião era um estudioso do Futebol. E levava vantagem considerável sobre todos os outros como mostrou quando foi publicado, em 1925, o seu livro “Apontamentos e Recortes Sobre Football Association”. E levava vantagem porque aliava à teoria, o conhecimento prático do jogo, a experiência que acumulara como jogador, médio-centro, capitão de equipa e capitão-geral. E tudo isto no Benfica. A vencer e conquistar. Não podia haver melhor. Tal como descreve no livro podia não ter conseguido fazer tudo o que considerava ser o “modelo”, mas quem o conheceu e viu jogar dizia que tentava, a cada jogo, fazer mais e melhor do que conseguira no encontro anterior. Até que o peso da veterania o derrotou. Como nos derrota a todos.

Jornal "O Sport de Lisboa"; 6 de Novembro de 1920; página 3

Jornal "O Sport de Lisboa"; 4 de Março de 1916; páginas 1 e 2 (colagem) 

O capitão controla a acção defensiva, com Francisco Belas a discutir um lance frente a um francês do Stade Bordelais Université Club perante o olhar do outro defesa, Henrique Costa e a expectativa do guarda-redes Alfredo Machado. Carlos Homem Figueiredo junto à linha da pequena-área mostra-se  confiante na eficácia dos defesas. Como era habitual uma multidão ao redor do rectângulo de jogo na Feiteira, sempre à espera (e desejosa) de uma vitória frente a uma equipa de um clube estrangeiro. Era o mítico "O Benfica, mesmo mal, faz sempre os melhores resultados dos clubes portugueses frente aos estrangeiros!".  Imagem digitalizada da página 170 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

Capitão-geral até 1926
“Arrumou as chuteiras” mas não desleixou a dedicação e o orgulho de ser Benfiquista. Continuou como capitão-geral a orientar os mais novos, avisar os mais velhos, coordenar, equilibrar e orientar as equipas (eram quatro categorias) de modo a fazer do Sport Lisboa e Benfica um clube cada vez mais campeão, mais triunfador, mais forte, mais conhecido, mais popular, mais atractivo para quem queria jogar futebol ou associar-se, pagando quotas, a uma grandeza que se revelava imparável. Em 1926 o modelo estava esgotado, sem que Cosme Damião se apercebesse. Mas o seu Benfiquismo criara raízes, permitindo que outros Benfiquistas de gerações mais novas soubessem, no momento certo, tomar as decisões que se impunham. E assim foi.


O enorme Cosme Damião controla uma avançada de Carlos Sobral no "Dérbi de Lisboa", em 25 de Dezembro de 1911, perante dois gloriosos: Romualdo Bogalho (de perfil) e Carlos Homem de Figueiredo.  Quem conseguiria adivinhar, em 1911/12, que seria Carlos Sobral o substituto de Cosme Damião depois deste "arrumar as chuteiras" em 1915/16. Não querendo assustar ninguém eis o percurso desportivo de Carlos Sobral: 1908/09 a 1911/12 (Internacional/ CIF), 1912/13 (SCP), 1912/13 a 1914/15 (CIF), 1915/16 a 1918/19 (SLB) e 1919/20 a 1922/23 (CF "Os Belenenses"). Carlos Sobral morreria a 26 de Novembro de 1926, em Moçambique, na Zambézia, depois de uma luta corpo-a-corpo com um leão! Imagem digitalizada da página 193 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

Águia de Ouro em 1935
Cosme Damião afastou-se desgostoso, em 1926, regressou em 1931 para presidir à mesa da assembleia geral até 1935 quando foi agraciado com o galardão supremo do Benfiquismo que ele laboriosamente criara, com a “Águia de Ouro”.


O capitão controla o meio-campo, junto a António Costa (de costas), com Luís Vieira na expectativa perante uma jogada de um Benfiquista (de costas) no meio-campo do Carcavellos Club. Um documento fotográfico da Gloriosa vitória, a segunda, frente aos ingleses, em 23 de Janeiro de 1910. A anterior datava de 10 de Fevereiro de 1907, ainda com o nome reduzido a Sport Lisboa e que reforçava o estatuto de "gloriosíssimo". Como era habitual uma multidão ao redor do rectângulo de jogo na Feiteira, sempre à espera (e desejosa) de uma vitória frente aos "mestres ingleses" do Cabo Submarino.  Imagem digitalizada da página 125 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

Morrer tranquilo em 1947
Depois de 1935 restaram-lhe uma dúzia de anos de vida. Faleceu em 12 de Junho de 1947, com 61 anos de idade e 21 anos depois de ter “arrumado as chuteiras”. Precisamente a data que assinalamos hoje. 26 de Fevereiro de 2016. Cem anos depois! Obrigado Cosme Damião! Nunca te deixaremos ficar mal! Honrar-te-emos eternamente!


No "Dérbi de Lisboa", em 25 de Dezembro de 1911, Cosme Damião tenta alvejar a baliza sportinguista. Ou o guarda-redes acertou no golpe de vista ou ficou atrapalhado.  Imagem digitalizada da página 192 da História do SL Benfica (1904-1954); volume I; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1954/1955

Impressionante Cosme Damião. Fez de um clube igual a tantos outros o Maior Clube de Portugal!


Alberto Miguéns

NOTAS FINAIS:

 1. Em 10 de Junho de 1922, com 36 anos, aceitou regressar ao jogo num encontro de beneficência. Cosme Damião jogou com os dez titulares do SLB dessa temporada (1921/22) frente ao Casa Pia AC (que sucedera na temporada anterior (1920/21) ao SLB como campeão regional na época anterior: 1919/20) integrando o clube casapiano outra Saudade do “Glorioso” e uma das grandes referências da Casa Pia de Lisboa, o arquitecto António Couto com… 48 anos. Que ficou para a eternidade como o primeiro capitão do “Glorioso”, no jogo de estreia, em 1 de Janeiro de 1905.

História do Sport Lisboa e Benfica: 1904 - 1954; Volume I; Página 448; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; Fascículo 11; 1955 


    2. Reproduções das suas ideias: para o médio-centro (o que sempre foi) excepto no tal jogo de estreia na 1.ª categoria, em 17 de Março de 1906 (jogou como defesa à direita) e as características que um capitão deveria ter.




                  Entre as páginas 96 e 101:













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