Benfiquismo (III)
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Benfiquismo (III)


Meia-final da Taça dos Cubes Campeões Europeus, 18 de Abril de 1990, Benfica 1 - 0 Marselha
«(...) Chegou o dia! Estamos no estádio, e fomos logo para os balneários. Muita animação, risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões (…) Antes de subirmos ao relvado para o aquecimento, Papin ainda brincou dizendo que estava tremendo de medo, ria-se bastante. Ora bem, os jogadores foram saindo (eu atrasei-me um pouco), e quando chego perto do túnel de acesso ao relvado, começo a ver os meus companheiros completamente assustados, e não querendo entrar. Só depois é que percebi que nessa altura, o Eusébio foi chamado ao relvado (para ser homenageado) e naquele momento o estádio quase vinha abaixo.
Todos aí (ainda assustados) perguntavam, o que era aquilo? A minha resposta foi simples: Isto, é o INFERNO DA LUZ! Pediram-me para entrar primeiro, assim foi, não fui mal recebido e quando olhei para trás…estava sozinho! Nas escadas estavam alguns dos meus companheiros, ainda com um olhar de medo, e só depois começaram a entrar.
No regresso ao balneário perguntei ao Papin, já sabes agora o que é um estádio cheio, e um grande ambiente? Nunca mais esquecerei da resposta dele: “Mozer, nunca vi uma coisa destas. É incrível. Sempre tiveste razão.O Benfica é ENORME!”
Naquela noite o Marselha perdeu, fiquei triste, mas também senti orgulho pelo Benfica. E naquele balneário, fui mesmo o único a ter uma vitória. Uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica.»

«Subo a escada e vejo o Eusébio do outro lado. Quando ele passa por mim, surge um barulho ensurdecedor, que nem no Maracanã ouvi. Aí eu pensei: pronto, perdi o jogo. Tínhamos grandes jogadores como Papin, Chris Waddle, Abedi Pelé, mas não conseguimos render. Só o golo de Vata não foi normal» 
Carlos Mozer, nesta noite, adversário do Benfica

O nosso Imortal Carlos Mozer, só se enganou numa coisa: o Eusébio não foi homenageado esta noite, poucos minutos antes do jogo começar, por sua livre iniciativa, resolveu ir ao centro do relvado sozinho... nos dois ecrãs gigantes apareceu uma imagem de um coração, batendo com força, com o braço levantado do King no grande circulo - tal como ele costumava fazer sempre que marcava um golo -, o vulcão da Luz entrou em erupção... e o resto é história!



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