Benfica
Épico
"A tradição dos fantásticos dérbis da Taça ainda é o que era. O Benfica - Sporting foi, com toda a certeza, o melhor jogo de futebol realizado esta temporada em Portugal. E, mais do que isso, confirmando-se como um duelo emotivo até ao extremo e imprevisível até ao cair do pano. Como um verdadeiro dérbi deve ser. Treinadores e jogadores mostraram que, afinal , é viável haver grandes espectáculos quando os artistas fazem por isso. Só é pena que tivesse sido a eliminar. Nenhum dos lados merecia ficar pelo caminho.
1 - Comecemos pelos verdadeiros protagonistas e pelos dois pólos. À cabeça, Óscar Cardozo. Vindo de uma lesão, demonstrou - se dúvidas houvesse - que o Benfica com e sem ele não é exactamente a mesma coisa. Fazer um hat-trick num clássico já é obra, mas obtê-lo em meia parte marca ainda mais. Esta temporada o paraguaio já resolveu vários jogos e, desta feita, contribuir com três golos em quatro tem um peso decisivo. E só não foi mais longe porque Rui Patrício não lho permitiu. E por duas vezes.
Passemos então a Patrício. Fica como a antítese de Cardozo : um "frango", uma derrota. Demasiado duro para quem, como refiro acima, teve um papel importante no adiar do desaire. Mas é a vida. Patrício vai saber lidar com isto e só se espera que quando voltar à Luz, na próxima semana, tenha varrido da cabeça um daqueles momentos que dão direito a insónia.
2 - O Benfica tem neste 4x3x3 a real escapatória. Vira-se em Atenas, voltou a constatar-se na Luz. Ter Rúben com Enzo (uma exibição absolutamente notável), deixando espaço a Matic (que neutralizou André Martins), leva a uma consistência no meio campo que ditou leis durante grande parte do jogo. Foi mais do que coincidência a quebra de rendimento da zona nevrálgica depois da saída, por lesão, de Amorim, que teve reflexo no "aparecimento" de Adrien. Ao descer de um lado correspondeu o subir do outro, como num sistema de vasos comunicantes.
O problema continuam a ser os lances de bola parada. Jesus odeia que se fale do assunto, mas contra factos não adianta argumentar. Maurício saltou mais alto que Luisão e Garay ficou a ver Slimani passar. Num canto e num livre. Nada que não tenhamos já visto noutras alturas, mas que se pensava estar devidamente acautelado. A consequência é que, desta forma, os encarnados passaram de um confortável 3-1 para um perigoso 3-3.
3 - O modo como o Sporting não desistiu - perante uma desvantagem de dois golos - é um aspecto revelador de uma força anímica pouco comum. Mais ainda quando suportara uma pressão maior do adversário e vira a batalha do meio campo globalmente ganha pelo Benfica nos 45 minutos iniciais. Adrien voltou a ser a chave para muitas soluções e Capel agiu até se esgotar.
Contudo, a tal imaturidade também apresenta a factura. E voltaria ao quarto golo do Benfica para sublinhar que a história não se resume a Patrício. Alguém consegue explicar como é que um lançamento de linha lateral bate no relvado, salta por toda a gente e acaba na cabeça de Luisão empurrado por Rojo?
4 - Jesus e Jardim jogaram para ganhar. Cada um com os seus recursos, mas jogaram. O técnico encarnado, confrontado com a lesão de Amorim, apostou em Ivan Cavaleiro e deslocou Gaitan para a zona central. A caminho dos 90 minutos, quando ainda estava a vencer, retirou um Markovic cansado e pouco inspirado para dar lugar a André Gomes e, por via das dúvidas, reservou uma substituição para o prolongamento. Lima entrou para provocar roturas na "saudável anarquia" que vigorou nos 30 minutos suplementares.
O treinador leonino agiu mais cedo. Tinha de ser, estava a perder, e Carrillo poderia ser uma alternativa credível a Wilson Eduardo. Depois, consumado o 3-2, "vira" a agulha para um 4x4x2 de tudo ou nada, com a troca de André Martins por Slimani. E, quase de caminho, abdica de Capel para optar por Carlos Mané. Se bem que no prolongamento o refrescamento quase total da frente de ataque levasse a um 4x2x4 (que também ajudaria a "partir" o jogo). Jesus e Jardim, cada um à sua maneira, não permitiram que se apagasse a caldeira da emoção.
5 - A arbitragem voltou a ser o elo mais fraco do desafio. Outra vez por culpa própria (o penálti de André Almeida é o caso mais incompreensível). Já esta época, no jogo de Alvalade, o Benfica falou de prejuízo. Com razão. Agora, no jogo da Luz, o Sporting falou de prejuízo. Com razão. É mais um clássico dentro do clássico. Mas houve algo que se alterou. Agora, os responsáveis dos clubes - profissionais - se quiseram apresentar os seus lamentos devem fazê-los junto da entidade patronal dos árbitros. É que estamos a falar de árbitros tão profissionais quanto os jogadores e treinadores, lembram-se?"
Mário Fernando, in TSF
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