Fonte: MF
Seis golos marcados e um sofrido no primeiro teste para a nova época. A vitória do Benfica era naturalmente esperada, tendo em conta o nível do Etoile Carouge, que milita no terceiro escalão do futebol suíço, mas em todo o caso deu para confirmar que Jorge Jesus tem um leque de opções mais alargado, sobretudo no ataque. Pelo menos enquanto não sair nenhuma das principais figuras.
Enquanto tal não acontece é a «armada sérvia» que vai entusiasmando os adeptos. Na primeira parte foi Djuricic a dar nas vistas, participando nos três golos que o Benfica marcou nesse período. Um dos três reforços com estatuto de titular (os outros foram Cortez e Lisandro), o ex-jogador do Heerenveen começou por fazer as assistências para os tentos de Salvio (13m) e Lima (20m), e depois contribuiu com um toque habilidoso para o segundo golo do extremo argentino (38m).
Pouco antes a equipa da casa tinha chegado ao golo, por intermédio de Delley, que fugiu a Bruno Cortez e bateu Artur.
As atenções viraram-se de um sérvio para outro
No início da segunda parte Jorge Jesus lançou mais reforços em campo, e o protagonismo foi assumido por Sulejmani, que marcou dois golos. O primeiro aproveitando a recarga a um remate cruzado de Lima (49m), e depois na sequência de um grande passe de Rúben Amorim, que também esteve em bom plano (77m).
O melhor tento do jogo pertenceu a Urreta, no entanto. O avançado uruguaio não entrou logo no início da segunda parte (só aos 59 minutos), mas mostrou-se muito dinâmico e marcou um grande golo, com um remate em arco do lado esquerdo, a fazer a bola entrar junto ao poste contrário.
Com Steven Vitória indisponível com febre, Jorge Jesus viu-se obrigado a deixar Lisandro Lopez em campo durante os noventa minutos.
Neste domingo o Benfica volta a entrar em campo, desta feita frente ao Bordéus.
FICHA DE JOGO
Estádio de la Fontenette, em Carouge (Suíça)
Árbitro: Yves Degallier
ETOILE CAROUGE: Casarsa; Barroso, Doudet, Maric, Infante; Delley, Robin, Kusunga, Baumgartner; Mazamay e Carrupt
BENFICA: Artur (Paulo Lopes, 46m); André Almeida (Sílvio, 46m), Luisão (Mitrovic, 46m), Lisandro, Cortez (Yannick, 63m); Enzo (André Gomes, 59m) e Matic (Amorim, 46m); Salvio (Sulejmani, 46m), Djuricic (Urreta, 59m) e Gaitán (Markovic, 46m); Lima (Michel, 59m)
Golos: Salvio (13 e 38m), Lima (20m), Delley (36m), Sulejmani (49 e 77m), Urreta (62m)
Djuricic: a primeira aparição de águia ao peito contrariou aquilo que Jorge Jesus disse em entrevista à Benfica TV. Não é parecido com Saviola, antes um «maestro» ao jeito de Rui Costa, até pela aparência física. Procurou pegar no jogo no último terço e esteve em destaque ao fazer as assistências para os dois primeiros golos, participando também na construção do terceiro tento, com um toque habilidoso. Não precisa de prender muito a bola para dar nas vistas, seja com toques curtos ou a fazer passes de rutura para os avançados. Mostrou já um bom entendimento com Lima e Salvio, jogadores que podem tirar proveito das suas características.
Lisandro: Obrigado a jogar todo o encontro, por força da indisponibilidade de Steven Vitória, o central contratado ao Arsenal de Sarandí teve pouco trabalho, mas ainda assim a confirmar rapidez e segurança na abordagem aos lances. Mostrou ter capacidade técnica para sair a jogar e deixou desde já o aviso de que será um perigo à solta nas áreas contrárias, em lances de bola parada.
Bruno Cortez: Confirmou a forte vocação ofensiva e também os problemas com a recuperação defensiva. Sempre que a bola lhe chega aos pés gosta de olhar para a frente e avançar sobretudo com combinações curtas, mas depois há o ponto fraco. Logo aos 11 minutos foi surpreendido nas costas, num lance em que Matic perdeu a bola a meio-campo, e o lance do golo do Etoile Carouge surge do seu lado. De forma algo estranha deixou fugir Delley, que entrou na área em diagonal e bateu Artur.
Sulejmani Foi o destaque do segundo tempo, ao apontar dois golos. Não esperem dele grandes correrias, mas define muito bem as jogadas, sobretudo quando faz o típico movimento do flanco direito para a zona central, à procura do pé esquerdo. Tem um remate muito forte, embora também tenha mostrado que consegue ir à linha cruzar com o pé direito.
Sílvio A polivalência foi aplicada logo no primeiro jogo pelo Benfica (na equipa principal, claro). Começou na direita e depois passou para a esquerda, quando Cortez saiu. Arrisca menos que o brasileiro mas também dá maior solidez defensiva. Entrega fácil a bola, sem grandes floreados, e aparece no ataque sobretudo em segunda vaga, quando a equipa já está instalada no meio-campo contrário, e não a tentar movimentos de rutura. Por isso está menos sujeito a ser surpreendido nas costas.
Mitrovic O adversário não o testou verdadeiramente (nem à defesa, no geral), mas mostrou-se autoritário, sobretudo pela capacidade física que aplica nos duelos individuais. Confirmou também que é mais um jogador para ter em conta nos lances de bola parada.
Markovic: Exibição algo inibida, uma vez que a equipa da segunda parte tinha mais caras novas (entre reforços e jogadores que estiveram emprestados), pelo que os automatismos eram também menores. Mostrou bons recursos técnicos mas faltou-lhe alguma objetividade. Teve ocasião para marcar um golo mas tentou o chapéu ao guarda-redes e a bola saiu muito por cima.