A propósito do negócio dos direitos televisivos entre o Benfica e a NOS não me vou pôr com grandes considerações até porque não gosto de falar do que não domino, o que não quer dizer que por vezes não o faça. Mas será sempre por ser inadvertido.
Há para mim duas limitações neste negócio para escrever acerca de minudências
Bem chamar minudências a 400 milhões de euros quando eu dificilmente numa vida de trabalho (40 anos) ganharei mais de 600 mil euros! Já é começar mal. Não vou ser muito objectivo por dois motivos:
1. Não conheço os pormenores do negócio na plenitude. O antes e o depois;
2. Mesmo que conhecesse, analisar 400 milhões a dez anos, numa média de 40 milhões por ano, mesmo de forma progressiva (dá a ideia de um acréscimo de milhão por época) é muita ma$$a.
Escreverei como Benfiquista
O Benfica vai, com certeza, receber mais dinheiro do que receberia se mantivesse o modelo actual (jogos na BTV com sinal codificado). E, de certeza, vai receber mais do que receberia se tivesse mantido o anterior modelo (contrato com a Sport TV).
Quanto mais próximo, melhor
Os clubes que são costumeiros nos quartos-de-final da Liga dos Campeões têm orçamentos muito superiores aos do “Glorioso”. E parte dessa diferença vem dos valores que recebem dos operadores que transmitem os jogos. Ficaremos mais perto. Este acréscimo que deve ser superior em 2016/17, em cerca de 35 por cento ao que será em 2015/16 é um bom motivo para reflectir.Já no tempo em que escrevia regularmente no nosso Semanário "O Benfica"Sempre me pareceu, quando comecei a ler os relatórios da Deloitte, que o Benfica deveria ter cerca de 40 por cento do total das receitas (para 100/120 milhões) provenientes das receitas televisivas. Quando a Benfica TV passou a transmitir os jogos sempre acreditei que seria estratégico, porque temporário. Aqui não me enganei. Os grandes clubes têm canais de televisão, mas sem transmitirem os seus jogos. O que têm são valores bem pagos - boas receitas contratadas - para serem televistos (clicar) para ver o último relatório da Deloitte que será em breve - Janeiro de 2016 - o penúltimo.
Certeza
1. A BTV vai voltar a ser a Benfica TV no que teve de melhor. Sinal aberto, dando valor (mostrando a um universo muito maior) o nosso eclectismo e futebol jovem;
2. Vou deixar de engolir um sapo todos os meses. Sempre me fez confusão estar a pagar a clubes ingleses (esta temporada também a franceses e italianos) para depois eles com o “meu dinheiro” darem a volta à cabeça dos nossos futebolistas e levarem-nos as Glórias para os seus clubes. Quando penso que contribuí para isso o sapo fica do tamanho de um elefante;
3. Vou ver mais gente boa na “Catedral”. Pelo menos alguns dos que se habituaram a viver no sofá, com mantinha e botija de água quente em vez de vir gritar para as bancadas!
Desejos
1. Que uma parte do dinheiro (a mais) sirva para nos aproximar da capacidade competitiva dos emblemas que são nossos pares no Mundo do Futebol;
2. Que a outra parte sirva para reduzir o passivo que considero muito elevado, embora eu, em matéria de dinheiro seja sempre muito cuidadoso. Ao contrário da relação que tenho com os elásticos.
Confiança
Se há alguém em quem confio dentro do “Glorioso” a nível de ma$$a$ no Benfica é quem domina este assunto como poucos. E estando ele – Domingos Soares de Oliveira - de acordo, faz-me ter confiança no “Acordo”. Ele nunca me desiludiu em conseguir resolver situações que envolvam finanças, também não acredito que seja desta vez. O que eu mais gosto é de acordar sempre sem sobressaltos em relação ao Benfica! De acordo!?
Que o “Acordo para um decénio” faça um Benfica em 2026 ainda maior que o de 2016. E ele já é tão grande!
Sempre foi!
Alberto Miguéns
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