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Ir mais longe
"A cada espreitadela que vamos dando pelas 'contas' das grandes SADs do nosso futebol mais se confirma a realidade que cresce: o peso excessivo e desproporcionado dos montantes gastos nas 'comissões' e 'encargos' com os serviços de intermediação/representação de jogadores, relativos à aquisição e alienação dos 'passes', assim como os 'prémios de assinatura' para a celebração e renovação de contratos de trabalho. O negócio do futebol está ancorado na actuação dos 'agentes intermediários' - com mais ou menos profissionalização, estrutura e dimensão geográfica - e é com base nos seus proveitos que deveremos ver o resultado 'líquido' das operações das grandes SADs (e demais sociedades desportivas) quando 'compram' e 'vendem' jogadores. Ademais, esse negócio está dependente dos laços de confiança e dos vínculos contratuais que os jogadores estabelecem com os seus 'agentes' e dos canais que esses representantes consolidam (ou deixam cair...) com os clubes.
Não vale a pena sustentar para os adeptos e para a imprensa que se 'vendeu' por 20 se os custos comissionistas foram 8 (e ainda se gastou outro tanto quando se 'comprou'). Não é curial avançar-se para descanso dos apaniguados que um atleta veio a 'custo zero' se se gastou 5 com 'prémios' e 'encargos', nem assegurar-se que o 'passe' custou 10 se a intermediação (ou as intermediações) importaram o pagamento de mais 3 milhões. É crucial solidificar um sistema transparente e público de todos esses gastos para cada uma das operações, nomeadamente para as SADs que estão obrigadas ao cumprimento do dever de informação perante o 'mercado'. Mas não só. Quando hoje se fala de uma 'transferência', a confiabilidade desportiva exige a identificação de todos os envolvidos na circulação do dinheiro e (entre outras condições) as formas de pagamento. Se assim fosse, não havia qualquer interesse no Football Leaks ou outras fugas de documentos. Se assim fosse, não havia suspeições sobre os destinatários das quantias pagas nas migrações dos jogadores. Falando só do topo, analisar as vicissitudes da contratação de Neymar pelo Barcelona ou de Bale pelo Real Madrid é ter em ponto grande a magnitude desta nuvem que alimenta e se alimenta do futebol.
Pode não ser o mais simpático e popular. Mas se Infantino, o recentemente eleito presidente da FIFA, quer, de facto, mudar, tem de mudar nas matérias da credibilidade. Ir mais longe (do que já existe) e mais firme nos Regulamentos dos Intermediários e das Transferências seria um bom começo."
Ricardo Costa, in Record
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