Medo
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Medo


"A infância é o país da inocência mas também dos medos. Aqueles medos com os quais somos obrigados a viver. Tentei desde cedo erradicar o medo da minha vida. Ou melhor, o medo existe mas há algo que nos leva para além dele porque é assim que se mede a existência dos homens.
Alexandre O'Neill falou do medo assim:
«O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim
a ratos».
O jornalismo em Portugal tornou-se há muito o País do medo. Por um lado, há um medo que eu compreendo. «O medo do desemprego é uma forma de fascismo».
Por isso, uns acomodam-se, calam-se, obedecem. Outros simplesmente não questionam. E muitos alheiam-se.
É a vida-vidinha.
Depois há o medo que não entendo. Directores de jornais e de televisões, chefes, editores, colunistas pagos a peso de ouro. A esses, o desemprego não atinge. Fica bem longe das suas portas e, no entanto, também viram a cara para o lado, também ignoram, repetem discursos redondos versando as mesmas não-opiniões, encolhem-se perante poderes fátuos e até grotescos.
É assim na política, na economia, no futebol.
Era aqui que eu queria chegar. Conheço Paulo Bento há muitos anos. Antes de uma final da Taça que disputou pelo Estrela Amadora; no início da sua vida no Benfica numa digressão ao Brasil. Muitos anos.
Tem as suas culpas neste Mundial mazombo da Selecção Nacional? Há-de ter.
No tempo em que trabalhei na Federação Portuguesa de Futebol, o presidente aparecia nos momentos necessários, havia um vice-presidente e um director-desportivo. Agora, olho  o que vejo: um presidente a tempo inteiro com a equipa, três vices-presidentes em seu redor, um director-desportivo e mais e mais.
Continuo à espera que se questione a pirâmide a partir do topo, em vez de prodigalizarem sentenças bacocas sobre como uma selecção deve ir a sufrágio a cada Campeonato do Mundo.
Fale-se. Opine-se. Pergunte-se. Mas que se saiba porque uma estrutura tão cheia de dirigentes não soube, afinal, prever, controlar, dominar os acontecimentos e assumir as suas responsabilidades.
Para já, tudo me faz recordar o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade:
«Que século, meu Deus!, exclamaram os ratos. E começaram a roer o edifício»."

Afonso de Melo, in O Benfica



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