Não Há Memória
Benfica

Não Há Memória


OPINIÃO


Estamos num interregno, inédito em termos de dias consecutivos – nove - sem jogar na pré-época, pois esta é por definição o tempo em que se joga muito, uns atrás de outros.

História da pré-época
Pode-se dizer que há pré-épocas praticamente desde que existem competições oficiais, no caso de Portugal, de âmbito regional. E estas tiveram muito mais importância do que, actualmente, se pensa.
O primeiro campeonato regional foi o de Lisboa (1906/07), o segundo em Portalegre (1911/12) e o terceiro no Porto (1913/14). Em Lisboa a 1.ª edição do Regional disputou-se em 1906/07. A primeira competição de âmbito nacional, o Campeonato de Portugal (actual Taça de Portugal) realizou-se no final da temporada de 1921/22, opondo o Sporting CP (vencedor do 17.º campeonato regional de Lisboa) ao FC Porto (vencedor do 00.º campeonato do Porto). Mas… até 1947/48 o campeonato nacional (com a 1.ª edição em 1934/35) realizava-se depois de se apurarem os clubes pelas classificações nos respectivos Regionais. Não havia promoções e despromoções.

O “Glorioso” e as pré-temporadas
O Benfica iniciou o hábito de realizar alguns jogos particulares para “apuramento de forma da equipa” em 1917/18, com participação de três encontros.
As pré-épocas com o “espírito, intenções e objectivos actuais” datam, no entanto, da vinda do treinador Skovdhal que trouxe para o Benfica a inovação – já corrente na Alemanha e norte da Europa - de realizar estágios fora de Portugal – em 1987/88, no complexo desportivo de Davos, na Suíça – e a participação em jogos com grau de dificuldade crescente, primeiro frente a equipas de clubes mais modestos para terminar frente a equipas de clubes mais fortes, integrantes de uma das principais divisões do futebol europeu ou sul-americano.

Objectivos bem delineados
A ideia da pré-época assenta num princípio que até foi desenvolvido pelos clubes mais modestos da principal Liga alemã. Se é ao fim de quatro/cinco jornadas que se define a melhor equipa extraída do plantel e atinge o entrosamento, porque não fazer esses jogos antes para chegar à… primeira jornada. Tanto o fizeram que resultou, colocando muitas dificuldades a equipas mais poderosas obrigando estas a também fazerem… pré-épocas.
O processo da pré-época baseia-se nos treinos intensos alternados com jogos frente a equipas onde o factor físico “cansaço” não impeça fazer experiências e tentar soluções. À medida que os treinos vão aligeirando, espaçam-se os jogos e aumenta-se a dificuldade dos clubes adversários. No final está apurada a estrutura base, delineadas as estratégias e definidos os objectivos. Venham os “jogos a sério”!

A inovação Benfica
Nesta época assistimos a duas inovações. Primeiro a ausência de adversários “fáceis”. Ao 12.º dia logo o Olímpico de Marselha com mais quatro dias de preparação e um jogo já realizado. Depois (agora) estar nove dias “a jejuar” num tempo de pré-época que é por definição um tempo em que se pode jogar vários jogos num curto espaço de tempo, pois não há limite de substituições e os plantéis – em regra são mais vastos – pois é, também, tempo de observações e escolhas para a época oficial, esta sim onde os resultados valem pontos, eliminações e títulos. Vamos “bater o recorde” de Artur Jorge em 1994/95 (oito dias sem jogar entre dois jogos consecutivos).

A “anormalidade” em 1994/95
Estar tanto tempo na pré-época, sem jogar, ou seja sem dar ritmo, entrosamento e observar jogadores em acção deu alguma celeuma em 1994/95, entre o jogo na Suíça, em Carouge (E 1-1 com o Estrela Carouge FC) a 15 de Julho e o jogo, em Lisboa, de apresentação – da equipa e de Preud’ Homme - aos adeptos no saudoso Estádio da Luz, em 24 de Julho, com o FAR Rabat de Marrocos). 

PRÉ-TEMPORADA
DIFERENÇA MÁXIMA
ENTRE DOIS JOGOS CONSECUTIVOS
Época
N.º
Treinador
1987/88
3
Ebbe Skovdhal
1988/89
3
Toni
1989/90
4
Sven Erikson
1990/91
7
Sven Erikson
1991/92
6
Sven Erikson
1992/93
6
Tomislav Ivic
1993/94
3
Toni
1994/95
8
Artur Jorge
1995/96
4
Artur Jorge
1996/97
7
Paulo Autuori
1997/98
4
Manuel José
1998/99
4
Graeme Souness
1999/00
5
Jupp Heynckes
2000/01
4
Jupp Heynckes
2001/02
6
Toni
2002/03
6
Jesualdo Ferreira
2003/04
6
Jose Camacho
2004/05
3
Giovanni Trapattoni
2005/06
4
Ronald Koeman
2006/07
6
Fernando Santos
2007/08
7
Fernando Santos
2008/09
5
Quique Flores
2009/10
5
Jorge Jesus
2010/11
5
Jorge Jesus
2011/12
2
Jorge Jesus
2012/13
9
Jorge Jesus
                             
“Nove” dias de seca
Vamos estar semana e meia sem ver como se está adaptar Luisinho a “ser defesa-esquerdo do Benfica”!
Vamos estar semana e meia sem ver como se está adaptar o médio-ala-esquerdo Melgarejo à posição de defesa-esquerdo!
Vamos estar semana e meia sem ver como se está adaptar o médio-ala-direito Djaló a “ser defesa-direito do Benfica”!
Vamos estar semana e meia sem ver como se está adaptar Ola John a “ser futebolista do Benfica”!
Vamos estar semana e meia sem ver como está Rodrigo a ultrapassar a nulidade da “sua” selecção nos Jogos Olímpicos!
Vamos estar semana e meia sem ver como se está (re)adaptar Salvio neste regresso “à sua casa”!
Vamos estar semana e meia sem ver “coisas” que gostávamos de estar a ver!
Oxalá não seja tempo de…mais!

Pressão para Dusseldorf
O jogo na Alemanha, frente ao primodivisionário alemão Fortuna Dusseldorf vai ser um jogo especial. É o próximo (dez dias depois do empate, a um golo, na Suíça com o campeão italiano, Juventus FC) e o último antes da recepção ao SC Braga, na 1.ª jornada da Liga portuguesa (num jogo em que só os três pontos significam o… mínimo aceitável!)
Não há que enganar, para mim – adepto – fazia falta um jogo quarta ou quinta-feira para aferir da progressão do plantel neste início de 2012/13. Mas isto sou eu que não percebo nada de planeamentos. Se percebesse andava a fazê-los! Livra…

Jogos disputados
V 2-0 Olímpico Marselha (Sion/ Suíça)
V 3-0 FC RM Hamm Benfica (Haspérange/ Luxemburgo)
E 0-0 Lille OSC (Metz/ França)
V 4-2 WKS Silésia (Wroclaw/ Polónia)
D 1-3  PSV Eindhoven (Wroclaw/ Polónia)
V 5-2  Real Madrid CF (SLB/ Lisboa)
V 5-2  Gil Vicente FC (Cidade/ Barcelos)
E 1-1  Juventus FC (Genebra/ Suíça)
  21-10 em golos

Jogos a disputar
FALTA “AQUI” UM JOGO
11/AGO      Fortuna 1895 TsV (Dusseldorf/ Alemanha)

LIGA ZON Sagres
18/AGO    SC Braga (SLB/Lisboa; 1.ª jornada)
                    
SITUAÇÃO ACTUAL*
DO PLANTEL BENFIQUISTA
* Em 04 de Agosto de 2012
Nome
Cv
Minutos
Jogos
Golos
Ass.
4
Luisão
7
585
7
1
-
24
Garay
7
585
7
-
-
14
Maxi Pereira
7
573
7
1
-
1
Artur
7
557
7
(- 8)
-
6
Javi Garcia
7
543
7
1
-
28
Witsel
7
483
7
1
4
25
Melgarejo
7
480
7
-
1
8
Bruno César
8
428
8
-
1
7
Cardozo
7
406
7
4
-
9
Nolito
7
365
7
1
2
17
Carlos Martins
7
330
7
4
5
15
Ola John
8
329
7
-
1
35
Enzo Pérez
6
281
6
2
-
20
Gaitán
7
250
7
1
-
5
Luisinho
8
240
7
-
3
31
Kardec
8
190
5
-
1
13
Paulo Lopes
8
145
3
(-2)
-
27
Miguel Vítor
7
135
2
1
-
33
Jardel
8
135
2
-
-
30
Saviola
7
132
4
-
-
12
Djaló
5
127
4
-
-
11
Mora
6
102
4
3
1
40
Michel
3
98
3
1
-
3
Roderick
4
95
2
-
-
70
Hugo Vieira
7
90
2
-
1
50
João Cancelo
2
90
1
-
-
89
André Gomes
1
90
1
-
-
16
Nélson Oliveira
4
75
3
-
1
10
Aimar
2
45
1
-
-
21
Matic
2
24
1
-
-
39
Mika
7
18
1
(0)
-
34
André Almeida
1
10
1
-
-
18
Salvio
0
-
-
-
-
19
Rodrigo
Na selecção olímpica Espanha
Vermelho encarnado  – Futebolistas titulares com Juventus FC
Vermelho esverdeado – Suplentes utilizados com Juventus FC
Vermelho azulado       - Suplentes não utilizados com Juventus FC
Castanho                      - Jogadores não convocados (Lesionados)
Amarelo                        - Jogadores não convocados (Selecção)
Preto                              - Jogadores não convocados

CARREGA BENFICA!

Alberto Miguéns
NOTA: O facto da profissão exercida “obrigar” a gozar férias apenas durante o mês de Agosto, implica afastamento prolongado durante cerca de 30 dias consecutivos. A partir de amanhã regresso ao Mordillo.

Em 1974 (aos 42 anos)
Guillermo MORDILLO nasceu em Villa Pueyrredón, Buenos Aires, descendente de emigrantes espanhóis, em 4 de Agosto de 1932, ou seja, completa hoje 80 anos. Exímio desenhador de ilustrações humorísticas, geralmente coloridas e sem texto (ou muito reduzido) solicitam a interpretação do “leitor”. Utiliza temáticas relacionadas com o amor/sexo, animais (destaque para girafas e vacas) e desporto, com destaque para o golfe, mas principalmente o futebol (cerca de 60 por cento) das suas 2 336 (última contagem) ilustrações.
Aos 12 anos, em 1944, torna-se adepto fervoroso de um pequeno clube argentino, o Clube Ferro Carril Oeste.




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