Benfica
No Melhor Pano Cai a Nódoa
ANTES DE FAZER UMA CORRECÇÃO HÁ UM ELOGIO - QUE NEM ISSO É - A FAZER.
Mais que elogiar devemos, todos os que se interessam pela Gloriosa História, reconhecer e estar gratos aos dois fundadores da Gloriosa Historiografia: Mário Fernando de Oliveira e Carlos Rebelo da Silva.
AVISO: Texto longo acerca da História do “Glorioso”.
Pequenas notas biográficas
Mário de Oliveira era jornalista e foi dele a grande entrevista a Cosme Damião feita no início de 1945, publicada na página 5 e terminada na página 7 da edição n.º 11 do jornal “A Bola” de, segunda-feira, 5 de Março de 1945.
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Jornal "A Bola"; Página 7; 5 de Março de 1945 |
Foi através desta entrevista, percebendo o estado de saúde precário do entrevistado, a necessidade de entrevistar os poucos fundadores ainda vivos, recolher documentos e aproveitar a data das Bodas de Ouro (1954) que levou Mário de Oliveira a entender que chegara o momento de passar para o papel alguns dos acontecimentos que eram contados geração após geração, consultando arquivos de jornais, clubes, instituições e livros entretanto publicados. Em 1945 o FC Porto já tinha uma história publicada (1906-1933) por Rodrigues Teles e que é citada, a propósito de elogios ao “Glorioso”, na História do Benfica (1904-1954). Como a edição da obra seria da sua responsabilidade estabeleceu uma parceria (ou o parceiro é que sugeriu que ajudaria… pode ser que um dia se saiba de quem partiu a ideia da publicação). Isso é perfeitamente secundário.
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História do SL Benfica (1904-1954); Volume I; Página 5; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; Lisboa; 1954; edição dos autores |
Rebelo da Silva estava ligado ao “mundo dos jornais”. Era director, editor e proprietário de um jornal satírico “Os Ridículos” dos títulos que mais problemas tinha com a censura salazarista (quem quiser saber mais clicar) com facilidade no acesso (penso que era também proprietário) à tipografia. O objectivo era facilitar a burocracia e, principalmente, diminuir os custos de uma publicação em fascículos, com distribuição mensal, assinaturas, venda de capas duras para encadernar em dois volumes, etecetra-e-tal. E assim foi.
São 24 fascículos (dois anos) de grande envergadura
Embora os três últimos – 22, 23 e 24 – tenham muito menos qualidade, pois abordam os assuntos de um modo muito genérico. Os outros 21 são o contrário. Chega a parecer inverosímil como conseguiram em tão pouco tempo (1945 – 1953) reunir tanta informação, tão criteriosa, fundamentada, pormenorizada e rigorosa de todo o Clube. Do futebol às modalidades, às iniciativas dos órgãos sociais, mandatos, polémicas, eleições, iniciativas associativas e sociais, ou seja, tudo o que os dirigentes foram querendo fazer e tudo o que foi feito pelo Benfica. Desde a componente desportiva à associativa. Lê-se como um romance cronológico ilustrado, bem ilustrado, entre antes de 1904 até à inauguração do Estádio da Luz.
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Jornal "O Benfica"; Página 5; 14 de Janeiro de 1954 |
Poucos erros e poucos dados desconhecidos
É um trabalho notável. Nem consigo fazer corresponder 50/60 anos depois aquilo que foi feito por estes dois idealistas entre meados dos anos 40 e outro tanto da década seguinte. É evidente que tendo esta obra como alicerce, todos aqueles que depois a leram conseguiram saber mais pormenores, desde pequenas correcções a jogadores completando onzes e alterando posições, resultados desconhecidos ou por confirmar devidamente esclarecidos, etc. Mas são 1144 páginas com centenas de milhares de informações variadas (não só futebol). Não terá mais de um por cento de erros e outro tanto de dados desconhecidos, entretanto conhecidos.
Que diferença para zeroszeros e almanaques
Que em relação ao Benfica, num tempo com meios tecnologicamente incomparáveis, terão entre 10 a 15 por cento de erros. Veja-se a diferença.
Mas…
Há um erro na Monumental História do SLB (1904/1954) que tem funcionado como um efeito dominó. E parece impossível como foi…possível eles nunca terem dado pelo erro. Até porque como a obra era por fascículos no final de cada 12 fascículos eles acrescentaram uma errata, certamente depois de reler a obra já impressa. Numa obra tão grandiosa e rigorosa parece improvável inventar um adversário para o “Glorioso”. Mas foi isso que aconteceu e tem sido repetido em diversas publicações. É que apesar do notável trabalho de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva é fundamental não dar como adquirido que está tudo certo! A dúvida metódica é sempre o melhor caminho. A “Obra” é um guia fundamental, mas que deve ser verificado, consultando os jornais (sempre pelo menos três matutinos ou os desportivos se – e quando – os houver). Como foi possível trocar o Rapid de Praga (várias vezes referenciado na Imprensa da época) pelo Rapid de Viena. Nunca haverá resposta. O Rapid Viena é o adversário n.º 83 do SLB e o Rapid Praga o n.º 99!
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História do SL Benfica (1904-1954); Volume I; Página 520 (extracto); Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; Lisboa; 1954; edição dos autores |
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Jornal "O Sport de Lisboa"; Página 8; 23 de Janeiro de 1926 |
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Jornal "O Sport de Lisboa"; Página 8; 27 de Janeiro de 1926 |
NOTA FINAL
Está a ser preparado um livro, com todos os jogos internacionais do "Glorioso" da autoria de um Benfiquista (Mário Pais) que coloca nestes assuntos um rigor inexcedível que esclarecerá este tema e outros que vão causar muita surpresa, mas também, muito contentamento por ser mostrada a grandeza deste clube sem igual!
Tenho quase a certeza (a que se pode ter a tão grande distância...) que Mário de Oliveira e Rebelo da Silva, se pudessem, ficavam contentes por corrigir-lhes este erro!
Alberto Miguéns
MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA ATÉ AO JOGO COM O SC VIANENSE
(provisório como é evidente)
De 8 de Setembro a 17 de Outubro de 2015 (Sempre pela meia-noite)
Quinta-feira (de 7 para 8): Benfica à antiga? Isso é que era bom!;
Sexta-feira (de 8 para 9): Zerozero inventor (Parte 1);
Sábado (de 9 para 10): Zerozero inventor (Parte 2);
Domingo (de 10 para 11): Vai-te catar, portista!;
Segunda-feira (de 11 para 12): O Lar dos Jogadores;
Terça-feira (de 12 para 13): Os treinos com Otto Glória;
Quarta-feira (de 13 para 14): O Campo Grande como nunca o viu;
Quinta-feira (de 14 para 15): Os treinos com Béla Guttmann;
Sexta-feira (de 15 para 16): O “Glorioso” e o SC Vianense
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