O árbitro arbitrário
Benfica

O árbitro arbitrário


"LVIV - O Azeiteiro-da-cabeça-d'unto ainda não entrou em acção e ainda bem, ninguém parece sentir muito a sua falta, a menos que haja por cá jogadores e treinadores que tenham o mau hábito de gostar que lhe lambam os pescoços. Mas essa figurinha deprimente anda por aí e só isso já é arrepiante. A qualquer momento, como uma bala perdida disparada por entre a multidão, abaterá uma infeliz e distraída selecção. Vale que estamos na Ucrânia e ninguém terá contemplações por mais umas das suas trampolinices. Em Portugal, um grupelho de colunistas imbecis tratou de estabelecer que a regra é elogiar o mamífero. Não por ele, pobre e insignificante, mas porque ao elogiá-lo julgam ficar nas graças de D. Palhaço, rei do Norte e arredores.
Teimaram tais escribas que o Azeiteiro-de-cabeça-d'unto foi um mestre de apito na Grande Festa da Cerveja de Munique. Não foi. Vimos em Poznan um seu colega bem mais competente validar um golo de um avançado em fora-de-jogo por a bola vir de um adversário. Não voluntariamente, que ninguém passa voluntariamente a bola ao adversário a menos que esteja corrompido; mas voluntariamente, ainda que por erro ou precipitação. Ou seja, tal e qual como aconteceu em Munique. Mas aí o Azeiteiro decidiu diferentemente porque para ele as regras são suas e não as do jogo. Anulou o golo: decidiu o jogo e o vencedor. Como faz sempre. Deram-lhe um apito e ele assume literalmente a sua profissão: é um arbitrário. Do alto das suas colunas, os serventuários do poder podre batem palmas e desfazem-se em encómios. O Madaleno ri um riso de dentes cariados e sente-se recompensado por tanta malfeitoria. Os outros, gente séria, fazem figura de parvos. Quanto ao Azeiteiro-de-cabeça-d'unto anda por aí à espera do momento certo para apitar errado."

Afonso de Melo, in O Benfica



loading...

- A Noite E O Riso
"1. «A Noite e o Riso» é um belo romance de Nuno Bragança. Nele li pela primeira vez a expressão «a lucidez do riso». 2. Se me chamassem mentiroso com todas as letras, poderia dar-me vontade de rir mas não estaria lúcido. Das duas, uma: ou a...

- A Galinha
"O Azeiteiro-da-Cabeça-d'Unto foi à gala. Vendo bem não se tratou propriamente de uma gala. Foi, por assim dizer, uma gala mais pequenina. Uma galinha, portanto. E o Azeiteiro lá estava, circunspecto, bem untado, a cabeça brilhando mas não...

- Fado Do Bairro Alto
"O Azeiteiro da Cabeça d'Unto é como o Fado do Bairro Alto: quis um dia dar nas vistas. Infelizmente para ele e para todos nós que gostamos de Futebol, quis um dia e esse querer prolongou-se pelos dias todos até hoje e, muito provavelmente, até...

- Pobre Pedro Podre
"Pobre Pedro: ei-lo em todo o seu esplendor podre. A vaidade consome-o até ao tutano. Talvez haja alguém logo abaixo de Deus, mas não consegue vislumbrar quem senão ele. Tristemente exibe as suas fraquezas a céu aberto. Dita, ordena, castiga. Ele:...

- O Azeiteiro-de-cabeça-d'unto
"O Azeiteiro-de-cabeça-d'unto acordou nessa manhã com uma ligeira indisposição gástrica que atribuiu ao facto de andar a abusar de caranguejos, santolas, lavagantes, percebes e burriés a todas as refeições. Olhou-se ao espelho e procurou debalde...



Benfica








.