O Benfica está no coração. Pulsa. E está na alma. É eterno
Benfica

O Benfica está no coração. Pulsa. E está na alma. É eterno


O FUTEBOL É INGRATO PARA OS INCOMPETENTES.


Clubes eternos e clubes efémeros (a propósito do SLB vs FC Zenit da 1.ª jornada da Liga dos Campeões)
Há clubes que, em termos de grandeza, aparecem e desaparecem conforme os patos-bravos que tomam conta deles (em Portugal) e os magnatas que "despejam" dinheiro, provavelmente sujo, noutros (na Europa).

Há clubes que implantados no coração dos Povos nunca deixam de ser grandes. E principalmente são dignos. Podem ter conjunturalmente dificuldades em enfrentar os clubes efémeros. Mas resistem. Têm sempre futuro. São eternos. É o caso do Benfica.

Começar por passar despercebido e depois ser Mítico. Foi assim com o "Glorioso"!
Há um ditado que diz. Todos nascem iguais, mas depois há os que crescem mais do que outros. No futebol aplica-se na perfeição. Todos os clubes nascem, praticamente, iguais e depois há uns que se tornam Míticos e outros que definham. O engrandecimento de um Clube - entre finais do século XIX e início do seguinte (XX), quando o futebol era amador - resulta de uma sequência simples.
1.       Os clubes com melhores futebolistas ganham mais do que perdem;
2.      Os clubes que ganham mais atraem espectadores e simpatizantes;
3.   Os novos futebolistas procuram entrar para os melhores clubes para poderem jogar com (e entre) os melhores;
4.    A base de escolha dos melhores clubes torna-se superior aos restantes. Bem orientados têm "matéria-prima" (futebolistas) para serem hegemónicos;
5.      Os clubes que vencem mais jogos, conquistam mais troféus e competições. Atraem mais associados. Tornam-se referências desportivas e populares sem igual.
Foi assim com o Benfica em Portugal e com outros clubes no Mundo que se tornaram Míticos.
A diferença no início dos clubes está em perceber porque conseguiram reunir os melhores futebolistas quando ainda era imperceptível. No caso do "Glorioso" só isso - que está relacionado com Belém - "dava um livro!" Fica para outra ocasião. 

Mais popularidade, mais condições económicas. Maiores clubes
Quando o futebol passa de amador a semi-amador* (em Portugal nos anos 20 e 30), depois a semi-profissional** (em Portugal nos anos 40 e 50) e finalmente a profissional (em Portugal o Benfica foi pioneiro com Otto Glória em 1954/55) os maiores clubes - melhores jogadores e mais associados/ adeptos - têm as melhores condições económicas para continuar a adquirir os melhores futebolistas.
NOTAS: * - Dar mordomias aos futebolistas (prémios, bens, etc); ** - conseguir um emprego "fora do clube" para o futebolista auferir um salário mensal mais elevado.

Primeiros clubes emergentes
No início das competições regionais (em Portugal) ou nacionais estabelecem-se, desde logo, um conjunto de clubes que são superiores, muito superiores, aos restantes. Um restito grupo de vencedores. Aos "outros" resta a perspicácia de terem "treinadores ou técnicos" que consigam tacticamente anular os melhores valores dos clubes mais ganhadores. Que por princípio são mais "conservadores", pois se ganham não vão fazer alterações. Foram as inovações tácticas que promoveram clubes menos cotados dentro da hierarquia do futebol. Que recusam ser eternos perdedores. 

Legenda/ Tradução: Keeper - Guarda-redes; Fullback - Defesas; Halfback - Centrocampistas; Inside Foward - Avançados-interiores; Winger - Pontas ou extremos; Centre Foward - Avançado-centro

Inglaterra; Anos 30; Arsenal FC; Herbert Chapman
O caso mais famoso é o do Arsenal FC que de um clube da Segunda Liga Inglesa (apenas a I Guerra Mundial com a consequente diminuição do número de clubes a competir o promoveu à I Liga) mas para fazer número. Só que nos anos 30 o extraordinário treinador/orientador (manager) Herbert Chapman permite, com a invenção do WM, que o Arsenal FC conquiste o primeiro título em 1930/31 (ao 39.º campeonato inglês). Sete edições depois, em 1937/38, o Arsenal já somava cinco! Em 46 edições da competição apenas dois emblemas tinham mais títulos (seis) que o clube londrino! O Arsenal FC que era um clube perdedor passou - já com a hierarquia de clubes ingleses implantada - a ser um clube ganhador. Dos melhores de Inglaterra (e do Mundo) até hoje!



Quem mudou o futebol foi (é) quem está a perder 
Em Portugal nunca houve ambição nos clubes mais débeis. Por isso o naipe de vencedores das competições a pontuar - que exigem mais regularidade e capacidade - é muito restrito. Como mostra a lista de vencedores das três principais competições a pontuar do futebol português: os campeonatos regionais de Lisboa e Porto (ambos até 1946/47) e campeonato nacional da I Liga/ I Divisão (depois de 1934/35).

Campeonato regional de Lisboa (41 edições 1906/07 a 1946/47)
Clubes
Campeonatos regionais
Totais
(41)
06/07-
-15/16
16/17 -
- 25/26
26/27 -
- 35/36
36/37 -
- 46/47
Carcavellos Club
3
3
-
-

SL BENFICA
10
5
3
1
1
Internacional/ CIF
1
1
-
-
-
Sporting CP
18
1
4
5
8
Casa Pia AC *
1
-
1
-
-
Vitória FC Setúbal**
2
-
1
1
-
CF "Os Belenenses"
6
-
1
3
2
NOTA: * - O Casa Pia AC foi campeão em 1920/21 tendo como pilares da equipa os futebolistas do SL Benfica campeões regionais na temporada anterior (1919/20);
** - O Vitória FC Setúbal conquistou o último título de campeão de Lisboa em 1926/27 e deixou Lisboa para fundar a AF Setúbal após a criação do distrito de Setúbal em 22 de Dezembro de 1926


NOTAS: 1. O FC Barreirense deixou o campeonato regional de Lisboa (e a filiação na AF Lisboa) mudando para Setúbal entre 1927/28 e 1930/31. Refiliou-se na AFL em 1931/32 apenas deixando (definitivamente o campeonato de Lisboa) no final da temporada de 1936/37 passando a jogar no campeonato regional de Setúbal;
2. O Unidos FC (Barreiro) é o GD CUF, depois GD Quimigal e actual GD Fabril do Barreiro

Muitos clubes para fazer número
Em 41 edições apenas sete vencedores entre 29 clubes participantes! Uma taxa de sucesso de 24 por cento. Por exemplo o Carcavelinhos FC/ Atlético CP em 23 participações (nas 41 edições) apenas conseguiu ser 2.º classificado. E por uma vez em 1933/34!

Campeonato regional do Porto (34 edições 1913/14 a 1946/47)


NOTA: O Sport Porto e Salgueiros foi fundado em 8 de Dezembro de 1911. Em 1920 juntou-se ao Sport Comércio resultando o Sport Comércio e Salgueiros

Campeonato Nacional (80 edições entre 1934/35 e 2013/14)
Clubes
Campeonatos nacionais (Títulos)
Totais
(80)
34/35
43/44
44/45
53/54
54/55
63/64
64/65
73/74
74/75
83/84
84/85
93/94
94/95
03/04
04/05
13/14
FC Porto
27
3
-
2
-
2
6
7
7
SL BENFICA
33
5
2
6
7
6
4
-
3
Sporting CP
18
2
7
2
3
2
-
2
-
CF "Os Belenenses"
  1
-
1
-
-
-
-
1
-
Boavista FC
  1
-

-
-
-
-
-
-
NOTAS:
1. Os triunfos de CF "Os Belenenses" (1945/46) e Boavista FC (2000/01) são episódicos. Em 1945/46 o Benfica terminou a um ponto do campeão, perdendo "estupidamente" um campeonato que esteve praticamente conquistado;
2. O Sporting CP nos últimos 30 anos conquistou DOIS títulos. Nos últimos 40 anos conquistou QUATRO títulos. Nos últimos 50 anos (1964/65 - 2013/14) conquistou SETE títulos. Se não conquistar o título em 2015/16 (como não vai conseguir!) passará a ser: Nos últimos 50 anos (1966/67 - 2015/16) conquistou SEIS títulos. Praticamente, um por década. E ainda lhe chamam GRANDE! Só a mediocridade dos Palma Cavalões dos media portugueses permitem tal...

Parte I: Não há igual (na Europa)
Em 71 clubes apenas cinco (com dois episodicamente) conquistaram os 80 títulos de campeão nacional no principal escalão do futebol português. Ou seja, seis por cento dos 71 emblemas que disputaram as 80 edições. Não há igual na Europa, para países com mais de 30 edições disputadas!

Campeonato Nacional (80 edições entre 1934/35 e 2013/14)
Clubes
Campeonatos nacionais (2.ºs lugares)
Totais
(80)
34/35
43/44
44/45
53/54
54/55
63/64
64/65
73/74
74/75
83/84
84/85
93/94
94/95
03/04
04/05
13/14
SL BENFICA
27
1
6
2
3
3
5
4
3
FC Porto
24
3
2
5
2
5
4
2
1
Sporting CP
20
5
2
2
2
1
1
2
5
CF "Os Belenenses"
3
1
-
1
1
-
-
-
-
Boavista FC
3
-
-
-
-
1
-
2
-
As. Académica Coimbra
1
-
-
-
1
-
-
-
-
Vitória FC Setúbal
1
-
-
-
1
-
-
-
-
SC Braga
1
-
-
-
-
-
-
-
1
NOTA: O EDB segue a resolução da FPF equiparando o Campeonato da I Liga a Campeonato Nacional


Parte II: Não há igual (no Mundo)
Em 71 clubes apenas oito (com três episodicamente) conseguiram classificar-se em 2.º lugar no principal escalão do futebol português. Ou seja, onze por cento dos 71 emblemas que disputaram as 80 edições. Não há igual no Mundo, para países com mais de 30 edições disputadas!


O poder económico das competições europeias
Com a organização da Taça dos Clubes Campeões Europeus, a partir de 1955/56, jogada nas noites de quarta-feira apenas com os campeões nacionais de cada País os maiores clubes - por isso os que são campeões mais vezes - tornam-se ainda maiores. Em países onde não há muitos candidatos ao título - como é o "caso português" - os clubes, por participarem em muitas edições da principal competição europeia, conseguem receitas que lhes permitem aproximar-se dos clubes de economias poderosas. As idas sistemáticas do Benfica à Taça dos Clubes Campeões Europeus, bem como conseguir atingir fases adiantadas da competição, por isso muitos jogos e receitas, permitem ao "Glorioso" ser "ainda maior do que sempre foi", em Portugal. E um dos principais emblemas do futebol europeu e Mundial.

A Liga dos Campeões da UEFA subverteu o conceito de ser mais forte por ser maior
Como a troca de "pontos por contos" mudou a lógica do futebol europeu. A base associativa (muitos adeptos) deixou de ser a mais importante. Uma vitória na Liga dos Campeões - com valores monetários de acordo com o que as grandes economias geram, aos quais pertencem os principais clubes europeus - permitem a um emblema português verbas de muitos meses de quotização ou uma receita liquida de estádio esgotado. Foi isto - mais as vendas astronómicas de futebolistas depois da Lei Bosman - que permitiu ao FC Porto começar - com muito menos adeptos - a suplantar os orçamentos do Benfica.


Os magnatas americanos, russos, árabes e asiáticos
A paixão pelo dinheiro, fazem e desfazem as paixões dos povos. Uma paixão que parece ter muito pouco de honesto. Cheira a lavagem de dinheiro. Não é por acaso que a Bolsa de Londres é um paraíso fiscal. Por isso - também por isso - o Reino Unido não quer nada com o Euro. Nem com a União Europeia, como se irá provar com o Referendo agendado para 2016 ou 2017.

O Benfica está no coração. Pulsa. E está na alma. É eterno.

Alberto Miguéns



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