O último «aliado»
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O último «aliado»


"Rui Rangel, em vez de se apresentar como autêntico representante da mudança, prefere assumir-se como líder de uma extensão do chamado «Grupo da Valenciana»

Desde há uma semana, data da minha última crónica neste espaço, em que defendi que a única solução para o Benfica deve passar por Luís Filipe Vieira, nada de novo se registou na frente de campanha que mereça relevância, além de algumas entrevistas tecnicamente bem trabalhadas. Aquilo que se esperava, afinal, frases dispersas, reparos deselegantes e acusações ocas, o normal num período eleitoral. Verificou-se também uma escusada aproveitação de nome de Rui Costa, como se residisse nele a panaceira para aliviar as dores da águia. No resto, uma oposição sem a capacidade de surpreender, ao jeito das equipas que, À míngua de argumentos para se imporem no terreiro da competição, investem no erro alheio, como na fábula trazida à colação pelo Ministro Miguel Macedo, em que a cigarra, sem nada para partilhar de significativo, espreita o árduo trabalho da formiga e dos seus sofrimentos se aproveita para, fresquinha e mentirosa, aparecer em cena a propagandear virtudes que não possui. Uma tentação irreprimível, aliás, quando transportada para os homens, de aí sugerir-se a conveniente prudência na interpretação mais da palavra dita, que voa, do que da palavra escrita, que fica.
Não ouço duvidar das boas intenções do juiz Rui Rangel. Porém, somente lhe temos escutado vulgaridades. em dito o que, afinal, todos diriam no lugar dele, sem se dar conta que em vez de se apresentar como autêntico representante da mudança, de dar a cara por uma alternativa forte e credível,com visão de futuro, prefere assumir-se como líder de uma extensão do chamado 'Grupo da Valenciana', por ser nesse conhecido restaurante da zona de Campolide, que desde há anos os descontentes se reúnem em jantaradas para chatearem o regime a alinhavarem estratégias eleitoralistas.

Os dois pretendentes ao trono merecem o mesmo respeito. A escolha cabe aos sócios, a mais ninguém. De Vieira depara-se nos a sua obra, a parte já erguida, que é imensa, e a que está em fase de construção. A ele se deve, e aos seus colaboradores, a tarefa gigantesca de, como é reconhecido, ter devolvido a credibilidade à instituição, de lhe ter limpado a cara e ter recolocado o Benfica no lugar que a sua valiosa história futebolística reservou no estrito clube de nobres do futebol mundial. Se fácil e rápido é destruir, complexo e demorado é reconstruir, e engrandecer até, o que outros arrasaram. Na minha opinião, como há uma semana, a solução continua a ser Vieira.

De Rangel pouco se sabe da sua experiência na área da gestão desportiva. Será, provavelmente, um bom presidente dentro de quatro anos, tempo suficiente para o adversário concluir a sua empreitada e que, paralelamente, lhe permitirá amadurecer ideias, definir caminhos, preparar uma equipa para receber e valorizar a importante herança que Vieira deixar. Neste momento, é a imagem de um candidato que foi empurrado para esta aventura, ou que se auto empurrou, o que, em qualquer dos casos, não se recomenda. Com as eleições marcadas para a próxima sexta-feira, é curiosa a circunstância de, até lá, o seu último «aliado» ser Jorge Jesus, dada a influência que os resultados desportivos exercem no sentido de voto dos menos esclarecidos. É assim agora, foi assim no passado e sê-lo-á sempre. Uma ironia do destino esta: Rangel estar a fazer força para que o treinador de Vieira erre na táctica do jogo de logo, em Moscovo, e lhe reforce a sua base de apoio. O juiz pode dizer que não senhor, que os interesses do clube estão acima de tudo, mas será que alguém acredita?... Se as coisas correrem mal ao Benfica, são votos para ele; se correrem bem... assunto resolvido.

Nota - Entre os avanços e recuos de Godinho Lopes e a falta de paciência de Eduardo Barroso, alguma coisa aconteceu no Sporting: Luís Duque e Carlos Freitas para a rua, o primeiro sem surpresa, o segundo por arrasto..."

Fernando Guerra, in A Bola 



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