O Benfica é desde o 1.º campeonato SEMPRE o principal candidato ao título...
... e não é retórica! É normalidade sendo o Benfica o maior clube português desde há muitos anos. E em 1934/35 aquando do primeiro campeonato nacional, ainda com a designação de I Liga já o era!
Se em 2014/15 vamos para o 81.º campeonato quer dizer que...
... fomos o principal candidato em 80 dos quais conquistámos 33 e perdemos 47! Mas não foi pelo facto dos perdermos que não fomos o principal candidato no início de cada um desses Nacionais 47 perdidos!
E somos o principal candidato porquê?
Porque quando o campeonato nacional começou o "Glorioso" era reconhecidamente - como é possível ler na Imprensa da época - o clube português mais popular e aquele que mais garantias dava de ter perspectivas de ser bem sucedido.
Maior Clube porque, até 1934:
1. As maiores assistências no futebol
Os jogos do Benfica eram sistematicamente aqueles que atraíam mais pessoas quer nos jogos em casa quer em terreno alheio. No Campeonato de Lisboa eram do Benfica os recordes de assistência. Só em anos de fracas prestações desportivas, ou seja, abaixo das expectativas o Sporting CP conseguia superiorizar-se. Mesmo nas temporadas em que o Sporting CP se sagrava campeão regional se o Benfica desse luta até final eram do Benfica as maiores assistências.
2. As maiores receitas do futebol;
Quando o Campeonato da I Liga começou, os clubes por terem consciência que a cobrar a nível nacional o nível de preços dos bilhetes dos campeonatos regionais, os valores ao nível destas receitas não suportariam os maiores custos de um campeonato de âmbito nacional, com as deslocações - transporte de comboio e alojamento das delegações em hotéis de bom nível para proporcionar o devido repouso aos futebolistas para o dia seguinte. Foi criado um fundo de compensação para isso, obtido na venda de bilhetes a adeptos do clube visitante para custear essas despesas. O Benfica foi logo o clube a fazer maiores receitas neste fundo de compensação, que deixou de existir após a alteração do nome de I Liga para Campeonato Nacional, em 1938/39.
3. A popularidade do futebolista Vítor Silva;
O futebolista mais popular nos anos 20 e 30 era o avançado-centro goleador do Benfica e da Selecção Nacional. Nem sequer havia comparação, mesmo Pepe do CF "Os Belenenses" apesar de popular não se comparava. É aliás com a sua morte trágica que o tornou mais popular, pelo inesperado e mistério a envolver a morte (suicídio, acidente ou homicídio?)
4. A popularidade do ciclista José Maria Nicolau;
O ciclista que arrastava multidões era do Benfica. O Sporting CP teve necessidade de ir buscar o vencedor da volta a Portugal em 1932, ao Rio de Janeiro FC, do Bairro Alto, Trindade para poder fazer frente à mancha vermelha que alastrava pelo País aquando das voltas a Portugal em bicicleta nos anos 30.
5. A popularidade da atleta Manuel Dias;
Apesar de ter começado a correr no meio-fundo do Sporting CP, foi necessário representar o SL Benfica para Manuel Dias ser um ídolo do desporto português.
6. As filiais "espalhadas" por Portugal, do Minho a Timor
Desde 1911, em Portalegre, que o Benfica atraía pessoas de todo o "Mundo Português", facto que ajudava o facto do "Glorioso" ser um clube agregador que não fazia distinção de classe social, etnia ou ideologia.
Um treinador do Benfica, estando no principal emblema português, é por isso aquele que reúne as melhores condições. A "normalidade" é vencer e a "anormalidade" é perder
Como é evidente o Benfica apesar de ser o principal candidato a conquistar o campeonato nacional não o pode fazer sempre, por esta ou aquela razão, até a mais desportiva, que é ter adversários que lhe foram superiores porque se galvanizaram. Mas em oito décadas de competição devem contar-se pelos dedos das duas mãos os anos em que o Benfica não tinha, teoricamente, o melhor plantel e treinador entre todos os clubes intervenientes. Como o Benfica é sempre o principal candidato, quer dizer que terá sempre as maiores hipóteses de conquistar metade dos títulos em disputa. Foi assim até 1993/94. Se o clube oferece as melhores condições ou das melhores condições só há que ter capacidade para conquistar.
Isto é válido para Jorge Jesus tal como para todos os que o antecederam e todos os que lhe vão suceder, desde que o Benfica continue a ser o principal candidato à conquista do título de campeão nacional.
Metodologia para indexar títulos com sucesso
É mais fácil estabelecer a norma para considerar um jogador campeão. É ter jogado pelo menos um segundo numa das jornadas. Com os treinadores aplica-se um conceito idêntico: ter orientado, como técnico principal, pelo menos, uma equipa, ou seja, numa jornada. No "Glorioso" o treinador campeão com menos jornadas sob a sua orientação é Otto Glória que treinou/ orientou cinco equipas do Benfica nas últimas cinco jornadas da temporada de 1967/68.
TREINADORES CAMPEÕES (33)
N.º Títulos (33) | Treinador
(19) | Épocas
(33) |
4 | Otto Glória | 54/55; 56/57; 67/68 (5); 68/69 |
3 | Janos Biri | 41/42; 42/43; 44/45 |
3 | Fernando Riera | 62/63; 66/67; 67/68 (7) |
3 | Jimmy Hagan | 70/71; 71/72; 72/73 |
3 | Sven Eriksson | 82/83; 83/84; 90/91 |
2 | Lipo Herczka | 36/37; 37/38 |
2 | Béla Guttmann | 59/60; 60/61 |
2 | John Mortimore | 76/77; 86/87 |
2 | Toni | 88/89; 93/94 |
2 | Jorge Jesus | 09/10; 13/14 |
1 | Vítor Gonçalves | 35/36 |
1 | Ted Smith | 49/50 |
1 | Lajos Czeizler | 63/64 |
1 | Elek Schwartz | 64/65 |
1 | Fernando Cabrita | 67/68 (14) |
1 | Milorad Pavic | 74/75 |
1 | Mário Wilson | 75/76 |
1 | Lajos Baroti | 80/81 |
1 | Giovanni Trapattoni | 04/05 |
NOTA: Entre parêntesis o número de jornadas em épocas incompletas
Metodologia para indexar títulos com insucesso
Num clube mítico que oferece todas as condições para vencer, ter insucesso significa impedir o clube de conquistar o título, embora sabendo-se que isso forçosamente terá de acontecer. Mas a estatística não se compadece com justificações.
TREINADORES NÃO CAMPEÕES (47)
(Apenas o treinador que fez mais jornadas)
N.º Títulos (47) | Treinador
(25) | Épocas
(47) |
5 | Janos Biri | 39/40; 40/41; 43/44; 45/46; 46/47 (13) |
4 | Otto Glória | 55/56; 57/58; 58/59; 69/70 (18) |
3 | John Mortimore | 77/78; 78/79; 85/86 |
3 | Ted Smith | 48/49 (20); 50/51; 51/52 (18) |
3 | Toni | 87/88 (26); 92/93 (26); 00/01 (21) |
3 | José Camacho | 02/03 (22); 03/04; 07/08 (21) |
3 | Jorge Jesus | 10/11; 11/12; 12/13 |
2 | Lipo Herczka | 38/39; 47/48 |
2 | Béla Guttmann | 61/62; 65/66 (23) |
2 | Eriksson | 89/90; 91/92 |
2 | Mário Wilson | 79/80; 95/96 (31) |
2 | Souness | 97/98 (26); 98/99 (30) |
1 | Vítor Gonçalves | 34/35 |
1 | Alberto Zozaya | 52/53 (15) |
1 | Ribeiro Reis/José Simões | 53/54 (15) |
1 | Fernando Cabrita | 73/74 (27) |
1 | Lajos Baroti | 81/82 |
1 | Pal Csernai | 84/85 |
1 | Artur Jorge | 94/95 |
1 | Manuel José | 96/97 (17) |
1 | Heynckes | 99/00 |
1 | Jesualdo Ferreira | 01/02 (18) |
1 | Ronald Koeman | 05/06 |
1 | Fernando Santos | 06/07 |
1 | Quique Flores | 08/09 |
NOTA: Entre parêntesis o número de jornadas em épocas incompletas
Dificuldades próprias de um "artificialismo"
Deixo ao critério de cada um as épocas em que houve alteração de treinador. Em 19 apenas numa houve sucesso: 1967/68.
ÉPOCAS (19) COM MUDANÇAS TREINADORES
Épocas | N.º J | Treinadores |
1946/47 | 26 | (13) Biri | (13) Manuel Alexandre |
1948/49 | 26 | (06) Herczka | (20) Ted Smith |
1951/52 | 26 | (18) Ted Smith | (08) Cândido Tavares |
1952/53 | 26 | (15) Zozaya | (11) R. Reis/ J. Simões |
1953/54 | 26 | (15) R. Reis/ J. Simões | (11) Valadas |
1965/66 | 26 | (23) Guttmann | (03) Fernando Cabrita |
1967/68 | 26 | (07) F. Riera | (14) Cabrita | (05) O. Glória |
1969/70 | 26 | (18) O. Glória | (08) José Augusto |
1973/74 | 30 | (03) J. Hagan | (27) Fernando Cabrita |
1987/88 | 38 | (12) Skovdhal | (26) Toni |
1992/93 | 34 | (08) Ivic | (26) Toni |
1995/96 | 34 | (03) A. Jorge | (31) Mário Wilson |
1996/97 | 34 | (16) Autuori | (01) M. Wilson | (17) M. José |
1997/98 | 34 | (04) M. José | (04) M. Wilson | (26) Souness |
1998/99 | 34 | (30) Souness | (04) Shéu |
2000/01 | 34 | (04) Heynckes | (09) Mourinho | (21) Toni |
2001/02 | 34 | (16) Toni | (18) Jesualdo Ferreira |
2002/03 | 34 | (11) Jesualdo | (01) Chalana | (22) Camacho |
2007/08 | 30 | (01) F. Santos | (21) Camacho | (08) Chalana |
| | | | | |
NOTA: Entre parêntesis o número de jornadas de cada treinador nessa temporada
Os "melhores" e os "piores"
Quem quiser que faça as suas escolhas. O que é mais importante: o maior número de títulos conquistados, o menor número de títulos perdidos ou a melhor percentagem de sucesso. Um pouco de todas...
TREINADORES POR NÚMERO ÉPOCAS
NO CAMPEONATO NACIONAL (80)
(Apenas treinadores com épocas em que foram contratados para conquistarem o título; exclui treinadores de recurso contactados para terminarem a época ou gerirem jogos até solução definitiva)
Total CN (%) | Treinadores (33) | Épocas (80) |
C | P | T |
4 (50%) | 4 | 8 | Otto Glória | 54/55; 55/56; 56/57; 57/58; 58/59; 67/68; 68/69; 69/70 |
3 (38%) | 5 | 8 | Janos Biri | 39/40; 40/41; 41/42; 42/43; 43/44; 44/45; 45/46; 46/47 |
2 (33%) | 4 | 6 | Toni | 87/88; 88/89; 92/93; 93/94; 00/01; 01/02 |
3 (60%) | 2 | 5 | Sven Eriksson | 82/83; 83/84; 89/90; 90/91; 91/92 |
2 (40%) | 3 | 5 | Lipo Herczka | 36/37; 37/38; 38/39; 47/48; 48/49 |
2 (40%) | 3 | 5 | John Mortimore | 76/77; 77/78; 78/79; 85/86; 86/87 |
2 (40%) | 3 | 5 | Jorge Jesus | 09/10; 10/11; 11/12; 12/13; 13/14 |
3 (75%) | 1 | 4 | Jimmy Hagan | 70/71; 71/72; 72/73; 73/74 |
2 (50%) | 2 | 4 | Béla Guttmann | 59/60; 60/61; 61/62; 65/66 |
1 (25%) | 3 | 4 | Ted Smith | 48/49; 49/50; 50/51; 51/52 |
3 (100%) | 0 | 3 | Fernando Riera | 62/63; 66/67; 67/68 |
1 (33%) | 2 | 3 | Mário Wilson | 75/76; 79/80; 95/96 |
0 | 3 | 3 | Camacho | 02/03; 03/04; 07/08 |
1 (50%) | 1 | 2 | Vítor Gonçalves | 34/35; 35/36 |
1 (50%) | 1 | 2 | Fernando Cabrita | 67/68; 73/74 |
1 (50%) | 1 | 2 | Lajos Baroti | 80/81; 81/82 |
0 | 2 | 2 | Conselho Técnico | 52/53; 53/54 |
0 | 2 | 2 | Artur Jorge | 94/95; 95/96 |
0 | 2 | 2 | Manuel José | 96/97; 97/98 |
0 | 2 | 2 | Souness | 97/98; 98/99 |
0 | 2 | 2 | Heynckes | 99/00; 00/01 |
0 | 2 | 2 | Jesualdo Ferreira | 01/02; 02/03 |
0 | 2 | 2 | Fernando Santos | 06/07; 07/08 |
1 (100%) | 0 | 1 | Lajos Czeizler | 63/64 |
1 (100%) | 0 | 1 | Elek Schwartz | 64/65 |
1 (100%) | 0 | 1 | Milorad Pavic | 74/75 |
1 (100%) | 0 | 1 | G. Trapattoni | 04/05 |
0 | 1 | 1 | Alberto Zozaya | 52/53 |
0 | 1 | 1 | Pal Csernai | 84/85 |
0 | 1 | 1 | Ebbe Skovdhal | 87/88 |
0 | 1 | 1 | Tomislav Ivic | 92/93 |
0 | 1 | 1 | Paulo Autuori | 96/97 |
0 | 1 | 1 | José Mourinho | 00/01 |
0 | 1 | 1 | Ronald Koeman | 05/06 |
0 | 1 | 1 | Quique Flores | 08/09 |
NOTA PARA APROVEITAMENTO: Não é por acaso que eu há muito tempo que digo que Fernando Riera é o mais injustiçado treinador do Benfica! Está à vista!
Gostei da entrevistaE estou a referir-me apenas à parte que está directamente relacionada com o "Glorioso". O resto interessa-me como pessoa, mas como Benfiquista é-me indiferente! Depois de ler a entrevista fiquei com menos dúvidas. Se há alguém em condições e com condições de fazer história no Benfica e no futebol português, é Jorge Jesus!
Metas "À Benfica"!
Há oito épocas, desde 2005/06, que o Benfica não conquista a Supertaça;
Há 27 épocas, desde 1986/87, que o Benfica não conquista duas Taças de Portugal consecutivas;
Há 30 épocas, desde 1983/84, que o Benfica não é Bicampeão Nacional;
Há 33 épocas, desde 1980/81, que o Benfica não conquista na mesma temporada os três troféus mais antigos do futebol português: Supertaça (1979/80), campeonato nacional (1934/35) e Taça de Portugal (1921/22);
Há 37 épocas, desde 1976/77, que o Benfica não conquista o Tricampeonato nacional;
Em 78 edições, com possibilidade de fazer a "dobradinha" o Benfica - nem nenhum clube português - fez uma "dupla-dobradinha"!
Se já - e aqui no EDB há um ano disse-o - tinha a ideia da importância de Jorge Jesus no Benfica e no futebol português, actualmente ainda tenho menos dúvidas...
O treinador da equipa de futebol do "Glorioso", Jorge Jesus...
É o homem certo, no lugar certo e no tempo certo!
Alberto Miguéns
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