Benfica
Peixeiradas
"1. Um grupo de adeptos do Celta de Vigo deslocou-se da Galiza ao Porto para assistir a um jogo amigável e festivo que deveria ter valido algumas cervejas bem bebidas com os seus simpáticos anfitriões. Por algum motivo fora da compreensão de um vulgar ser humano viram-se insultados, agredidos, apedrejados e o mais que se está para saber. Eles, ingénuos, não sabiam que a Oeste dos Pecos as coisas são mesmo assim e carecem de explicação. A violência propaga-se simplesmente porque sim. E porque não há quem a controle... E porque as autoridades, complacentes, vão continuando a autorizar. Por isso escrevo e repito: no Porto há uma visão muito própria da ordem e da hospitalidade. São hordas de ordeiros fazendo valer a sua hospitalidade hospitalar. Eu que o diga. E muitos como eu.
2. O Homenzinho de Cócoras continua de cócoras. E diz: «A demissão nunca me passou pela cabeça!» Muitas coisas passam pela cabeça de quem vive de cócoras. Raramente se prendem com princípios e com a honestidade intelectual. Esses ficam geralmente acima da cintura.
3. Dois colunistas daquele que foi in illo tempore o maior jornal português gastam a sua verve, o espaço que o jornal lhes concede e a verba soberba que lhes paga, a discutir espécies de peixe e a forma mais correcta de as cozinhar. Como não sou comprador, não me sinto defraudado. Como sou um leitor eventual e facultativo, limito-me a registar a pepineira e o cúmulo do ridículo. De qualquer forma, prometo a quem faz o favor de me ler: se alguma vez me apanharem a discutir peixes com algum cronista deste jornal, ofereço-me para pagar um jantar no Tavares Pobre. Ou, em contrapartida, agradeço que me insultem. De palhaço, por exemplo..."
Afonso de Melo, in O Benfica
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Amibas
"1. Sempre me fez espécie a canina adoração que algumas figurinhas devotam ao Madaleno. A vacuidade da personagem e a sua convicção de que vivemos num mundo em que a lei vale tanto como a Oeste de Pecos (e em Portugal vivemos mesmo!) faz-me crer...
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O Azeiteiro E Dona Constança
"O Azeiteiro-da-cabeça-d'unto e Dona Constança são almas gémeas. Nem um nem outro falham festa ou festança. O Azeiteiro vai às festas mesmo sem ser convidado; e se não há motivo para festejos, ele arranja. Desde que seja para ver feliz o Palhaço....
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Afirma Pereira
"Afirma Pereira que pouco se importa com a venda de jogadores. Assegura Pereira - que conhece bem os caminhos escuros e as vielas que conduzem à Madalena - que o clube dos cimbalinos continuará a ganhar mesmo que lhe vendam a equipa toda ao desbarato,...
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Oitocentos Mil Milhões E Uma Mãe Por Encontrar
"Para alegria incontida daqueles que, como sapos, se lambuzam na lama em que vivem, tudo continua execravelmente na mesma. Ligeiramente atrapalhados por uma resistência alheia á qual não estão habituados, os empregados de D. Palhaço lá montaram...
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Os Pilha-galinhas
"Eles não são ladrões porque até para roubar é preciso arte. Eles não roubam, não assaltam, não furtam. São demasiados mesquinhos e tacanhos para isso. São forra-gaitas, mesmo quando só tocam concertina. Eles esponjam-se na lama, figuras menores,...
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