Porcarias
Benfica

Porcarias


"1. A notícia mais curiosa da semana foi, para mim, a da iniciativa de um dos candidatos à presidência da câmara do Porto: sob o lema «Para cada bairro um porco», parece que os senhor resolveu distribuir porcos assados no espeto aos seus virtuais eleitores. Imaginativo desde os tempos em que transformava as suas viagens de deputados em viagens para a Disneylândia com toda a família, ei-lo agora perante uma eleição inevitável. O Madaleno ficará feliz. Eu deixo aqui um conselho, se me é permitido: atenção à triquiro-se! Não convém comer porco mal passado.
2. Por via daquilo a que o meu advogado chama o «Bullying Judicial» conheço mais tribunais do que a maioria do português comum. Ossos do ofício, convenço-me. Mas há sempre coisas que me surpreendem. Ao entrar no edifício do tribunal atrás do Madaleno que para eles me teima em arrastar, entrego o meu Bilhete de Identidade ao zeloso funcionário que regista os visitantes. Vejo-o escrever em letra bem desenhada o meu nome, o número do meu BI e o juízo para qual fui chamado. Na linha anterior à dos meus dados, nada disso parece ser necessário: limitou-se a escrever, orgulhoso - Sr. Presidente. Há lugares do Mundo onde até os trintanários fazem questão de ser lambe-botas.
3. Mas há algo com que já não me surpreendo, e isso é a reacção em matilha da corte do Madaleno a qualquer minúscula contrariedade que pareça pôr em causa o seu poder putrefacto. Como impulsionados por uma mola, saltam todos ao mesmo tempo sobre os infelizes que ousem não fazer vénias. Técnicos, responsáveis, me´dicos, directores disto e daquilo, meros mangas de alpaca. A um gesto do dono, arreganham os dentes, ladram e mordem.
Tanta submissão a um homem tão medíocre é digna de dó."

Afonso de Melo, in O Benfica



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