PORQUE RAZÃO O BENFICA NÃO APOIA MÁRIO FIGUEIREDO? TALVEZ ESTEJA AQUI A RAZÃO..
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PORQUE RAZÃO O BENFICA NÃO APOIA MÁRIO FIGUEIREDO? TALVEZ ESTEJA AQUI A RAZÃO..




“Operadores de TV devem negociar com clubes e acabar com o intermediário”


Mário Figueiredo, presidente da Liga, insiste na centralização de directos televisivos e, esperando por eleições em Junho, afirma que "os clubes estão a ser manipulados" para o destituir. Hoje há reunião na Liga.


Em que ponto estão a centralização dos direitos TV e a queixa na Autoridade da Concorrência?Quando erguemos a bandeira da centralização deparámos com abuso de posição dominante no mercado de um operador por três razões: contratos de exclusividade anormalmente longos e com grande parte a terminar em datas desencontradas, além de integração vertical no mercado por esse operador que tem participações nos clubes e nas plataformas de distribuição. Foi colocada queixa na Autoridade da Concorrência e está a ser instruída. Os contratos são ainda mais antigos do que pensávamos, decorrendo de alguns ainda assinados pela Olivedesportos na década de 90, sendo esta substituída pela PPTV. A doutrina dominante na Comissão Europeia, através das ‘soft rules' sobre o mercado de audiovisuais, é que os contratos não podem exceder quatro anos. Após consulta ao processo verificámos que duram desde 2003/04, outros desde 2004/05 e a maior parte desde 2009/10.

A centralização avançará?Estou absolutamente confiante disso. Com esta informação verificámos que os contratos fazem todos quatro ou cinco anos, incluindo as renovações e isso significa que será mais simples à Autoridade da Concorrência decidir, bastando para tal recorrer à doutrina dominante quanto à duração dos contratos para indicar que caducaram sem precisar de declarar a invalidade dos contratos pelo tal abuso de posição dominante. Mas há outra questão...

Qual?
O abuso de posição dominante permitiu que o operador tivesse, entre 2006 e 2011, resultados líquidos antes de impostos superiores a 180 milhões de euros quando distribui, todos os anos, 50 a 60 milhões pelos clubes. Num volume de negócios da ordem dos 90/100 milhões anuais, os clubes só recebem 60, o operador fica com 30 milhões que podiam ser distribuídos, ou seja, os clubes podiam receber mais 50% em média. Estes lucros exageradíssimos são feitos não só à custa das receitas dos clubes, mas também de abuso a jusante perante as plataformas que fazem distribuição dos direitos dos clubes. Chamo à atenção de Miguel Almeida, CEO da ZON/Optimus, e de Isabel dos Santos, detentora de 50% da empresa, mas também de Zeinal Bava, líder da PT Portugal, para isso. Os operadores de TV devem negociar com os clubes e acabar com o intermediário, pois os lucros ficam na PPTV.

Entretanto, os clubes querem destituí-lo do cargo: porquê?Quem continua a pagar aos clubes é o operador que os mantém nas mãos. Tenho alertado a Autoridade da Concorrência para o facto de o abuso da situação dominante levar a estados de necessidade porque o operador paga tarde e mal...

Isso traduz-se em quê?O operador manipula os clubes contra mim, pois considera que é preciso derrubar-me antes que a decisão seja tomada! Nos últimos 20 anos o operador jogar com os clubes, oferecendo um pouco mais ou antecipando um pouco as receitas com objectivos. Como pode entender-se que a época comece a 1 de Julho e a primeira receita dos direitos TV seja paga só em Dezembro? Depois os clubes pedem ao operador que adiante letras para as receitas de Dezembro, chega a esse mês e não paga a letra na totalidade, sobretudo junto dos que não estão alinhados com os seus interesses e vai criando estados de necessidade nos clubes. E tende a renegociar contratos antes do termo, impedindo que a totalidade dos clubes esteja disponível em simultâneo para novo operador.

A Benfica TV pode influenciar a centralização?É um novo canal, não concorrente mas complementar, pois tem os jogos de um só clube, insuficiente para criar um canal generalista desportivo...

Mas concorre ao adquirir os direitos da Premier League...Sim, no plano dos direitos internacionais por se tratar de um conteúdo ‘premium'. No caso nacional, há mais um canal e o que tende a acontecer é o mercado ajustar-se, não se impedindo a centralização...

Não falei de impedir, mas tendo a Benfica TV mais de 300 mil assinantes, o Benfica agirá junto da Liga para fazer prevalecer essa realidade, pedindo mais... Primeiro está o problema de abuso de situação dominante. Compreendo a posição do Benfica. Nunca chegaremos perto do modelo inglês, onde a diferença entre primeiro e último é de um para dois terços - se o primeiro receber 100 milhões, o último fica com 75 milhões, pois 50% são distribuídos em partes iguais. Em Portugal é de um para oito ou para 10, isto é, os clubes de topo tendem a receber cerca de 16 milhões, os do fundo ficam com 1,8 a dois milhões. Em modelos mais recentes como o de Itália, a diferença entre primeiros e últimos já é de um para cinco. Em Portugal, temos de aproximar a base do topo.

O Benfica referiu 40 milhões...Se recebesse esse valor, num cenário moderado do mercado a valer 100 milhões, ficava com quase metade das receitas, algo que seria injusto. Se os três grandes ficarem com cerca de 18 milhões e os outros perto de quatro milhões, os da II Liga poderiam receber 400 mil euros. Com 120 milhões de euros, os clubes da II Liga duplicariam as receitas e os do fundo da Liga recebiam mais 50%, algo que faria toda a diferença. Devemos criar um sistema de distribuição que não prejudique as receitas dos grandes, evitando que percam competitividade na Europa e deixem de redistribuir pelos pequenos esses valores com a contratação de jogadores. Tenho já um modelo que assegura aos grandes mais de 15 milhões; cinco milhões para os médios e os outros acima de três milhões, além de 400 mil euros para os da II Liga. Se juntarmos o acordo na II Liga com o Sindicato que baixou a massa salarial em mais de um milhão de euros, ou seja, em média uma redução de mais de 100 mil euros por clube, pôde contrariar-se a ideia inicial de torná-la semiprofissional e de perda de competitividade. Assim criámos incentivos para a contratação de jovens portugueses, deixando de ser um reformatório de jogadores da I Liga e a idade média das 17 equipas (não estou a referir as equipas B) baixou um ano no meu primeiro ano e outro no segundo. Entretanto, os clubes da II Liga, com a minha chegada, duplicaram as receitas televisivas, portanto, num intervalo de dois anos viabilizámos a II Liga, tornando-a hiper-competitiva, além de valorizar os jogadores portugueses. O próximo objectivo é aumentar a competitividade da Liga, aproveitando a centralização dos direitos.

Outra questão em que o criticam é a tardia apresentação dos orçamentos: isso é certo?Nos últimos 11 anos, só em dois os orçamentos foram aprovados antes da data em que nos encontramos. E os patrocínios de I e II Liga desta época aumentaram...

Mas Zon e Sagres vão sair...Quando renegociei esses contratos retirei o direito de opção/preferência que tinham no sentido de continuação pelo mesmo valor. Estou mais confortável a negociar com três das quatro plataformas de distribuição de telecomunicações em Portugal, pois isso permite negociação livre. No máximo em mês e meio temos fechado contrato de patrocínio para a Liga. Nos últimos anos a Liga passou a estar só em canal codificado e conseguiu publicidade junto das balizas, os chamados ‘go banners'. Segundo os estudos de medidores oficiais do retorno publicitário, sem aquela publicidade o patrocínio oficial à I Liga vale três milhões; com ela vale 100 milhões de euros. Desde 2005 que a Olivedesportos andou a explorar aquela publicidade contra a lei e tivemos batalha enorme a favor dos clubes para manter essa publicidade na Liga. Os ‘go banners', que podem abranger toda a cabeceira, estão incluídos nas negociações de que falei, pois trata-se de publicidade não só nos jogos em canal codificado, mas também nos resumos em todas as televisões. Isso implica aumentar o valor de exposição para os patrocinadores e garantir a sustentabilidade do orçamento da Liga para os próximos anos.

E a luta com a Santa Casa?Foi assinado um contrato de patrocínio com a Santa Casa que está em incumprimento...

A Santa Casa nega ter assinado...Num contrato de patrocínio não é preciso assinar, basta a palavra. A Santa Casa outorgou com a Liga um contrato de patrocínio para a Taça por milhão e meio de euros que não pagou. O contrato está feito e há provas disso, como a entrevista do provedor à revista da Liga onde assume esse patrocínio que valeu exposição brutal. Se houve recuo do provedor é porque as pessoas não cumpriram com a palavra e temos pedido de indemnização por incumprimento no valor de 2,5 milhões.



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