O craque português recebeu A BOLA e A BOLA TV em Madrid. Disse que, por vontade dele, ganhava a Bola de Ouro todos os anos. Mas lembrou também que não vive a pensar nisso. Que faz o que tem para fazer e ponto final. Que não vive a pensar em prémios e que se limita a fazer o seu trabalho.
Começamos por uma citação de um rapaz de 21 anos que recebeu este prémio em 2006. «É um orgulho e um estímulo para trabalhar ainda mais. Estou muito feliz com o que tenho feito. Sempre quis ser jogador de futebol de um clube grande e ter êxito.» Quem disse isto?
- Fui eu. Fui eu, não fui?
- Sim. O que se lembra dessa altura?
- Faço dessas palavras quando tinha 21 anos as mesmas de agora. É sempre um orgulho ganhar um prémio de Portugal e de A BOLA. Para mim, é um prestígio muito grande, dá-me mais motivação para continuar a trabalhar, com mais dedicação. É sempre bom ganhar prémios. Em resumo, faço essas as minhas palavras de hoje. É sempre bom e o que mais quero é continuar assim.
- Tem algum significado especial ser reconhecido por A BOLA como personalidade do ano de 2013 neste momento da sua vida?
- Se fosse noutra altura também era importante. Os prémios são sempre importantes, independentemente dos momentos da carreira em que estejamos. São todos importantes.
- Este é um bom momento.
- Obviamente, é um bom momento, devido ao que tenho feito, devido ao que possa acontecer nos próximos tempos. É sempre um orgulho receber prémios desta dimensão.
- Qual tem sido a sua força durante estes anos?
- A minha força tem sido a minha motivação para querer evoluir sempre, para querer aprender, para querer ganhar mais coisas.
- Onde nasceu essa força?
- Vem um pouco de mim, ou melhor, vem de mim e também da minha família, da minha educação, da minha maneira de ser e de pensar. Já disse muitas vezes que sou uma pessoa ambiciosa, quero sempre o melhor e o bem para mim, para a minha equipa e para a minha seleção. Por isso, tento dar sempre o meu melhor.
- Nestes anos todos, o que mudou de mais significativo em si e na sua vida?
- Ano após ano tenho demonstrado um nível de jogo muito alto. Não é à toa que nos últimos cinco ou seis anos tenho estado sempre nomeado para os prémios da FIFA, que fui escolhido para o onze ideal do ano, também ganhei outros prémios individuais. Isso não é por acaso. Demonstra a consistência que tenho demonstrado nos últimos anos. Sinto-me uma pessoa privilegiada e, obviamente, isso parte de mim, da equipa na qual jogo, da Seleção. É bom porque dá-me motivação. Ano após ano há sempre um desafio e motivações diferentes.
- O que há em si do menino que deixou a Madeira com vontade de triunfar?
- Já foi há algum tempo... mas acaba por ser um pouco igual. Sou uma pessoa ambiciosa, um jogador que quer sempre o melhor, um jogador que gosta de aprender, que gosta de estar sempre a um nível alto. Obviamente, estou mais maduro, tenho mais experiência, o que é normal com o passar do tempo, ainda por cima no futebol. Mas as ilações que tiro são muito positivas, porque ano após ano ganha-se sempre mais experiência e isso foi bom para mim.
- Sente que neste momento há uma unanimidade global em reconhecer que é o melhor do mundo, que está mais maduro, mais líder, mais completo do que nunca como jogador e decisivo como sempre?
- Sim, se calhar para muitas pessoas ou mesmo de um modo geral pode pensar-se assim. Mas não penso que tenha mudado muito nos últimos anos, nem especialmente nesta temporada. Tenho mantido um nível de regularidade muito alto e tenho estado muito bem. Se calhar, este foi o ano em que houve maior impacto derivado a alguns jogos, exibições e quantidade de golos que marquei, mas as minhas temporadas passadas, especialmente no Real Madrid, têm sido positivas, como também já tinham sido no Manchester United. Talvez pelos golos isso possa acontecer, as pessoas baseiam-se no que viram há pouco tempo. Mas nos últimos anos tenho demonstrado um nível muito alto.
- Nos últimos anos houve sempre comparações entre si e Messi. Entende que muitas vezes há mais um julgamento de personalidade do que um julgamento daquilo que fazem em campo? Por exemplo, Thierry Henry, em recentes declarações à Sky Sports, pediu para deixarem de falar na personalidade de Cristiano Ronaldo e para se falar mais do que faz em campo.
- De certa forma às vezes... dantes ficava um bocadinho mais chateado, agora já não. Tenho 28 anos, faço 29 em fevereiro, tenho um filho e isso passa-me um pouco ao lado. Não posso estar sempre a demonstrar aos outros aquilo que não sou. Sou aquilo que sou e as pessoas gostam ou não gostam. Mas às vezes, no futebol, temos de fazer algumas coisas contra a nossa vontade para que as pessoas possam falar bem de nós. Podia ter feito mais vezes, se calhar sim, mas não ia mudar porque estava enganar-me a mim próprio. E eu não gosto de enganar-me a mim próprio. Sou aquilo que sou. Por isso, para manter um nível tão alto, tenho de ser um grande profissional e as coisas não surgem por acaso. Fazer o número de golos que fiz e as exibições no clube e na seleção não é para todos. Isso só demonstra o que sou: uma pessoa que gosta de trabalhar e de ser profissional ao mais alto nível. As pessoas que lidam comigo, que trabalham comigo, que me conhecem sabem aquilo que sou.
- Quando se olha ao espelho revê-se na imagem de comandante e de arrogante que às vezes o acusam de ser? Quem é Cristiano Ronaldo que não conhecemos?
- Não me preocupo com isso. Se pensar no que os outros pensam de mim não vivo a minha vida. Deito-me todos os dias com a consciência tranquila. Não sou má pessoa, faço aquilo que gosto e as pessoas que lidam comigo sabem o que sou. Essas afirmações de outras pessoas não me afetam de maneira alguma. Sei o que sou, tenho confiança em mim, sei o meu potencial. Se pensar no que os outros dizem... uma pessoa não vive. Eu não sou assim, não quero ser nem alguma vez espero ser. Isso não me influencia no meu dia de trabalho.
fonte:abola
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