Vivam os Goleadores do Benfica (6)
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Vivam os Goleadores do Benfica (6)


ESTATÍSTICAS
             
A marcação da grande penalidade é um momento iminente de golo, pois os especialistas conseguem aproveitar 90 por cento dessas ocasiões (falham uma em dez) para marcar golo. Os momentos que separam o assinalar e a marcação de uma grande penalidade são uma situação única: Assiste-se à preparação de um golo (quase certo!) e presencia-se o “duelo”/ “mano-a-mano” entre os dois “solitários” de uma equipa: um que até equipa de modo diferente (guarda-redes) e que ao falhar penaliza a equipa em golos sofridos e outro (ponta-de-lança) que tem uma posição única - central, adiantada e apoiada - cada vez que falha penaliza a equipa, mas cada vez que factura dá expressão ao jogo colectivo. São momentos raros, mas importantes, que não surgiram no início do futebol, quando doze clubes londrinos, em 26 de Outubro de 1863, criaram as “13 Regras” que fundaram a “Football Association”.



Paus, Corda, Barra e Rede
Para haver grande penalidade são necessários uma série de factores (regras que a defina, árbitros que a assinalem, baliza e guarda-redes). Entre 1863 e 1865, durante dois anos, as balizas eram constituídas por duas traves de madeira distanciadas entre elas, tendo a bola de passar entre esses postes para ser assinalado golo. Em 1865, para evitar as frequentes discussões, se a bola passava “entre ou por cima” foi colocada uma corda a ligar o topo dos postes. Só que sempre houve espertalhões tipo andróide a tentar tirar vantagens viciando o “espírito do jogo”, encostando-se aos postes, sempre que andavam por lá perto, fazendo a corda laçar ao centro diminuindo a superfície passível de golo. Dez anos depois, em 1875, na cidade de Sheffield, norte de Inglaterra, onde surgiram muitas inovações técnicas e tácticas no futebol durante o século XIX, foi colocada uma trave horizontal de madeira (barra) entre os dois postes, substituindo a corda. Mas… não acabaram as discussões, pois em pontapés laterais para “entre os postes e barra” havia que dissesse que a bola passara por dentro (era golo) e outros que passara por fora (não havia golo)! Em 1892, quase trinta anos depois da criação do futebol, utilizaram-se redes de pesca para criar uma caixa para isolar a baliza e para reter (e validar) as bolas de golo. As balizas estavam definidas: Rede interior, dois postes distanciados 24 pés/ 8 jardas (7,32 metros) ligados no topo superior por uma barra a 8 pés (2,44 metros) do solo, ou seja, três vezes mais comprimento que altura.

Sem e com mãos… guarda-redes
No início do futebol (1863) nenhum jogador podia tocar a bola com as mãos. Esta era, aliás, a justificação para organizar um novo jogo, que o isolasse e distinguisse de outras formas de transportar uma bola entre duas balizas colocadas nos extremos de um rectângulo. Cinco anos depois, em 1868, foi estabelecida a possibilidade do futebolista que estivesse mais perto da baliza tocar a bola com as mãos sem ser marcado livre. Decorreram mais três anos, em 1871, até passar a ser obrigatório escolher, dentro da equipa, um dos futebolistas para tocar a bola com as mãos, vestindo equipamento diferenciado. E passaram mais vinte anos, quando em 1891, foi estabelecida uma grande-área (ou área da grande penalidade) delimitando o espaço onde o guarda-redes podia tocar a bola com as mãos e colocada uma marca, a 12 jardas (11 metros) da linha de golo, para marcar as faltas, punidas com livres-directos, cometidas no interior da grande-área. Começaram as grandes penalidades….

Eusébio… quem mais poderia ser
O melhor marcador de grandes penalidades, e um dos maiores especialistas mundiais de sempre, é o nosso Eusébio. Foram 74 concretizadas (mais uma com recarga) com apenas três falhadas, ou seja, um aproveitamento de 96 por cento. Considera-se um especialista quem consegue um aproveitamento de 90 por cento. O Benfica já conseguiu 693 golos de grande penalidade (marcadas directamente) com mais onze através de recargas: dez com os pés e uma de cabeça {Edilson, em 1995, nos Barreiros (CS Marítimo)}. Eusébio concretizou onze por cento de todos os golos do “Glorioso” marcados de grande penalidade.

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Nené e Simão: paradinhas com sentido
Dois dos nossos melhores marcadores de grandes penalidades utilizavam uma técnica – a paradinha – que, quando bem executada é “mortífera”, pois permite colocar incertezas e desequilibrar o guarda-redes contrário. Depois é colocar a bola onde já não está o guarda-redes. Nené com 38 golos (mais um de recarga) e Simão com 33 grandes penalidades concretizadas são o 2.º e 3.ºs melhores marcadores. Ambos com cinco por cento dos nossos golos de grande penalidade.

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Cardozo – toma lá um, dois e três
O nosso avançado é (a par de Rogério Carvalho) o 4.º melhor marcador de grandes penalidades, ambos com 29 remates certeiros, correspondendo a quatro por cento de todos os golos do “Glorioso” obtidos de grande penalidade. Cardozo pode chegar – faltam onze - às quatro dezenas. Com um remate fulminante e bem colocado, Cardozo só precisa de variar mais a zona para onde coloca a bola. Geralmente marca para o seu lado direito (esquerda dos guarda-redes) porque sendo canhoto é para a sua direita que o remate sai forte e, quando próximo do poste, indefensável. Se conseguir marcar mais para o lado direito e para o centro a meia-altura ou fazer uma pequena simulação consegue regressar aos valores apresentados nas duas primeiras épocas de Manto Sagrado – 90 por cento! Como os melhores do Mundo!

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LISTA DE HOMENAGEM AOS 25 MELHORES GOLEADORES DO “GLORIOSO”

           GOLOS  GRANDE PENALIDADE
        (sem recarga)
N.º
Futebolista
G
TG
% SLB
(693)
Épocas
1
Eusébio
74
638
11
(15) 1960/61 – 1974/75
2
Nené
38
473
5
(18) 1968/69 – 1985/86
3
Simão
33
96
5
(6) 2001/02 – 2006/07
4
Cardozo
29
124
4
(5) 2007/08 – 2011/12
5
Rogério Carvalho
29
287
4
(12) 1942/43 – 1953/54
6
José Águas
27
483
4
(14) 1949/50 – 1962/63
7
Pacheco
24
69
3
(6) 1987/88 – 1992/93
8
Manniche
22
95
3
(4) 1983/84 – 1986/87
9
Vítor Hugo
21
31
3
(10) 1921/22 – 1930/31
10
Artur José Pereira
20
44
3
(7) 1907/08 – 1913/14
11
Nuno Gomes
18
469
3
(12) 1997/98 - 1999/00; 2002/03 – 2010/11
12
Vítor Silva
13
236
2
(10) 1927/28 – 1936/37
13
Francisco Ferreira
13
60
2
(14) 1938/39 – 1951/52
14
José Augusto
12
479
2
(11) 1959/60 – 1969/70
15
Magnusson
12
99
2
(5) 1987/88 – 1991/92
16
Manuel Costa
11
58
2
(4) 1941/42 – 1944/45
17
Valdo
11
40
2
(5) 1988/89 – 1990/91; 1995/96 – 1996/97
18
Artur Augusto
9
69
1
(8) 1916/17 – 1920/21; 1923/24 – 1925/26
19
Carlos Torres
9
56
1
(4) 1933/34 – 1936/37
20
Rui Águas
9
285
1
(7) 1985/86 - 1987/88; 1990/91 – 1993/94
21
João Alves
7
37
1
(4) 1978/79; 1980/81 – 1982/83
22
Valadas
6
342
1
(11) 1934/35 – 1944/45
23
Rogério Sousa
6
236
1
(8) 1932/33 – 1939/40
24
Rui Jordão
6
182
1
(5) 1971/72 – 1975/76
25
Chalana
6
44
1
(12) 1975/76 – 1983/84; 1987/88 – 1989/90
26
Diamantino Miranda
6
96
1
(9) 1979/80; 1982/83 – 1989/90
27
Vítor Paneira
6
46
1
(7) 1988/89 – 1994/95

NOTA: Percentagem dos golos no total de golos marcados pelo Benfica de grande penalidade (693)

Obrigado futebolistas do “Glorioso”. A nossa eterna gratidão por tantos e tantos momentos de glória.

Alberto Miguéns

NOTA: No EDB entre 23 de Dezembro de 2011 e 6 de Janeiro de 2012 o reconhecimento ao valor dos nossos futebolistas com a publicação de onze listagens.

Plano de Homenagem:

PUBLICADO:
23 de Dezembro -        Todos os Golos
24 de Dezembro -        Golos Fora da Grande-área
25 de Dezembro -        Golos no Campeonato Nacional
26 de Dezembro -        Golos de Livre-directo (fora GA)
27 de Dezembro -        Golos nas Competições Europeias
28 de Dezembro -        Golos de Grande penalidade

A PUBLICAR
Amanhã             -        Golos na Liga dos Campeões
30 de Dezembro -        Golos de Cabeça
31 de Dezembro -        Golos na Taça da Liga
  5 de Janeiro     -        Golos de Bola Parada
  6 de Janeiro     -        Golos em Competições Oficiais




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