ANÁLISE TÁCTICA AO AZ ALKMAAR
Benfica

ANÁLISE TÁCTICA AO AZ ALKMAAR



O Benfica defronta esta quinta-feira o AZ Alkmaar para os quartos-de-final da Liga Europa. O conjunto holandês encontra-se motivado pelo facto de não perder há 10 jogos na Europa. Nas competições domésticas a situação é bem diferente com o AZ a ocupar o 7º lugar da Eredivisie com 44 pontos como resultado de 13 vitórias, 5 empates e 12 derrotas. No total de 49 golos marcados e 44 sofridos. As 10 derrotas fora de portas fazem com que a campanha na liga esteja abaixo das expectativas.
A equipa comandada por Dick Advocaat alinha em 4x3x3 que em organização defensiva desdobra-se num 4x1x4x1 como veremos mais à frente.
A grande figura do AZ é o avançado de 23 anos, Aron Jóhannsson. Este fim-de-semana, o adversário do Benfica defrontou o Cambuur num jogo que terminou empatado a 0. Jóhannsson não entrou de início para ser poupado para o jogo desta quinta. Denni Avdić jogou no seu lugar o que fez com que a equipa apresentasse uma identidade diferente no capítulo ofensivo enquanto que defensivamente os comportamentos são idênticos.

Momento defensivo
É no momento defensivo que o AZ encontra as suas maiores debilidades, tornando-se uma equipa permeável face às ofensivas do Benfica.
A equipa holandesa procura defender em 4x1x4x1 com Ortiz a assumir um papel central na manobra defensiva da equipa. O pivot paraguaio fixa-se entre o sector defensivo e o sector intermédio mas se não tiver uma referência adversária acaba por se perder na marcação e abrir espaços no corredor central, um pouco à imagem do que os restantes jogadores do sector defensivo fazem.
A equipa organiza-se bem defensivamente quando tem tempo para o fazer mas perde-se posicionalmente nas transições defensivas. As constantes trocas posicionais e a velocidade da frente de ataque encarnada podem expor a permeabilidade defensiva dos holandeses.
O AZ não exerce uma pressão forte quando perde a bola, Jóhannsson ou Avdić baixam no terreno com o trio do meio-campo a ficar responsável pela pressão no portador da bola. Gudelj, Elm e Ortiz compõem um meio-campo longe de ser consistente defensivamente. Gudelj é um médio de características mais ofensivas, Elm faz a ligação entre sectores e Ortiz limita-se a defender. Berghuis no lado direito e Beerens no lado esquerdo, demonstram uma grande solidariedade defensiva, procurando logo ocupar espaços mais recuados para ajudar a equipa.
                                   Organização defensiva: Blocos compactos, defesa em linha e equipa recuada. Zona vulnerável nas costas de Gudelj e Elm.
Esteban é um guarda-redes seguro e com boa capacidade para sair aos cruzamentos. Johansson na direita e Poulsen na esquerda, defendem melhor do que atacam mas quando são arrastados da sua posição natural acabam por desposicionar a defesa. O mesmo acontece com a dupla de centrais Gouweleeuw e Viergever que procuram ter uma referência para marcar, não existindo essa referência perdem-se posicionalmente e abrem espaços para a equipa contrária. A defesa procura jogar em linha e com marcação homem-a-homem o que origina muitas das vezes falhas posicionais. Os objectivos no momento defensivo são bem claros: baixar linhas, criar blocos compactos e não ceder espaços. O problema acontece quando a equipa transita da sua organização ofensiva para o momento defensivo, criando espaços que a equipa adversária pode explorar.
                     Transição defensiva: Falta de pressão defensiva e equipa recupera lentamente. Ortiz desposicionado fruto da falta de marcação na sua zona.

Momento ofensivo
Aron Jóhannsson é a grande referência do AZ Alkmaar. O avançado norte-americano já leva 25 golos marcados esta temporada. Juntamente com Jóhannsson, podemos destacar a importância de Gudelj na manobra ofensiva da equipa. Sempre ele a assumir o papel de organizador dadas as suas capacidades técnicas.
A equipa vive o seu melhor período em campo no seu momento ofensivo, tanto em organização como em transição. O AZ não ataca com muitos jogadores dada a limitação ofensiva de Poulsen e Ortiz. O defesa-direito Johansson só ataca pela certa mas quando o faz, acaba por desequilibrar promovendo situações de superioridade numérica no corredor direito com Gudelj e Berghuis.
Elm funciona como o elemento de ligação entre o sector defensivo e o ofensivo. Gudelj assume o protagonismo de organizar a equipa, procurando lateralizar o jogo para os extremos, Beerens e Berghuis. O mesmo acontece quando o AZ em situações de maior pressão opta por um futebol directo para Jóhannsson/Avdić que depois tentam servir os extremos. Beerens e Berghuis fazem da velocidade e a técnica as suas maiores armas. Trata-se de dois extremos que procuram zonas interiores e que têm de facilidade para armar o remate. Se tiverem espaço para jogar podem causar problemas ao Benfica. A outra solução para as faixas chama-se Jóhann Gudmundsson. Um jovem de 23 anos com características semelhantes à de Berghuis.
                                                    Organização ofensiva: Gudelj procura as sobreposições de espaços, especialmente no corredor direito
Avdic e Jóhannsson são dois avançados móveis e com características bastante interessantes. Avdic tem o físico a seu favor enquanto que Jóhannsson tem 25 golos como cartão de visita. Os movimentos de ambos são semelhantes na medida em que procuram espaço em zonas mais recuadas para ter bola e lateralizar o jogo. A mobilidade dos dois avançados do AZ permite à equipa desequilibrar as marcações adversárias. Também é constante ver os dois avançados a pisarem terrenos mais laterais.
No processo de transição ofensiva a primeira referência da equipa do AZ são os extremos. Normalmente, é Gudelj que comanda o processo de transição, procurando verticalizar o jogo para Beerens e Berghuis. Neste processo também é habitual ver Gudelj a procurar passes em ruptura para as costas da defesa ou para o espaço entre os centrais e laterais.
                                                 Transição ofensiva: Gudelj procura rapidamente estender o jogo para os extremos com passes de ruptura
Bolas paradas
O AZ procura este momento do jogo para desequilibrar, começando desde logo pelos lançamentos laterais. O central e capitão de equipa, Viergever é o responsável pelos lançamentos longos onde procura essencialmente o outro central, Gouweleeuw.
                                                        Lançamentos laterais: Viergever procura o jogo áereo de Gouweleeuw, Elm e Jóhannsson/Avdić
Os livres e cantos são da responsabilidade de Gudelj. Nas duas situações, o número 8 do AZ procura o segundo poste com os dois centrais e Jóhannsson/Avdić a serem as principais referências. Nos livres frontais, Gudelj aponta à baliza mas se tiver em campo, Gorter que actua no corredor esquerdo também é um dos favoritos a bater o livre.
O AZ é uma equipa forte fisicamente pelo que é necessário ter cuidado nos lances de bola parada.




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