Associação do Bem
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Associação do Bem


HÁ ALGUM TEMPO QUE QUERIA ESCREVER ACERCA DO ÚLTIMO LIVRO (SE AQUILO PODE SER CONSIDERADO COMO TAL) DO INEFÁVEL SERRADO MAS GASTANDO APENAS UM DIA! LIVRINHO DE CORDEL? ACEITO!


Infelizmente não encontrei solução. O tempo vai passando e não tendo como fazer optei pela via mais simples para mim, mais penosa para os leitores. Mas também penosa para mim. Passar três dias à volta "daquilo"!

Teimoso, trapalhão e trafulhices
Ou seja, o habitual nele mas elevado a um patamar superior como se ainda fosse possível subir a descer ainda mais alto.



O problema?
Como é habitual ela inventa. Inventa muito. Assuntos mais conhecidos, mas outros menos. Entre estes, desta vez utiliza um assunto muito específico, a Associação do Bem. E é aqui que reside o problema. Tinha duas hipóteses para escrever acerca do tal livro. Despachar isto num dia ou reparti-lo. Para ser despachado teria de fazer uma posta gigantesca. Porque terei de utilizar digitalizações como prova. Além disso ele sabe que tem as “costas quentes” protegido dentro do Benfica por comprometimentos e abusos vários. Acreditem. Só um génio conseguiria resumir o assunto e torná-lo explícito para os leitores. Eu nem genial sou, apenas um simples mortal, deixo por isso o aviso. Hoje, amanhã e depois o assunto vai andar à volta do mesmo. Quem não se interessar escusa de vir a este blogue gastar tempo. Já chega o que eu gastei. Bom vamos lá aos factos. Hoje a Associação do Bem. Amanhã “descascar” as trafulhices do “criativo” Serrado. Depois de amanhã perceber a cobertura que continua a ter dentro do Clube. Por isso ninguém reage, deixando-o difamar o Benfica, Benfiquistas (como Mário de Oliveira e Rebelo da Silva) e, principalmente, Cosme Damião. Que dá nome ao Museu do Clube. Embora pelo que conheço da sua personalidade – através de entrevistas e artigos do próprio em jornais, bem como de pessoas (poucas) que com ele conviveram e me contaram – ele, se pudesse, não autorizava. Ou pelo menos, discordaria de ter o nome dele exposto. Diria logo. O Museu não é meu, é do Benfica. É de todos!

Puxa!
Ainda nem comecei a escrever acerca da "Associação do Bem” e isto já vai longo. Espero que não enfadonho. Já terei perdido leitores que nem aqui vão chegar!

Associação do Bem
Já escrevi acerca dela. Várias vezes. Em publicações ligadas ao Clube – o nosso Semanário “O Benfica” e no extinto Benfica Ilustrado – e neste blogue. Entre várias abordagens lembro-me de uma mais genérica. Quem quiser localizar pode (clicar). Quem não deseja perder mais tempo em "clicanços" eu vou copiar de lá para aqui o essencial.

A Associação do Bem
Os casapianos foram-se formando, tornando adultos e saindo da Instituição. Mas continuaram a jogar (e a brilhar) em grupos episódicos que se faziam e desfaziam ao sabor de reptos, desafios e desforras. Só que afastados uns dos outros não era a "mesma coisa". A típica centenária (e perpétua) saudade portuguesa já existia no início do século XX. Decidiram juntar-se, criando um grupo altruísta, a Associação do Bem, que entre muitos assuntos "na ordem do dia" constava: juntarem-se nas manhãs de domingo, do lado de fora da Cerca casapiana para fazer uns exercícios físicos e... porque não, "futebolar"!

NOTA: Podem clicar em todas as imagens para ampliar e dar-lhes mais visibilidade/leitura


Fundação no Verão de 1903
Como se pode ver no "convite" a Associação do Bem tinha a Sede num local central da cidade para que a acessibilidade fosse forte. Não era em Belém, nem na Real Casa Pia de Lisboa (nas traseiras do Mosteiro dos Jerónimos). O grande objectivo era existir um local de encontro dos casapianos entretanto ex-alunos que saídos da Instituição se dispersavam por Lisboa, arredores e pelo País, por razões profissionais e familiares. Haver a possibilidade de uma "Associação" que possibilitasse a reunião e evitasse o afastamento que o tempo tornaria irreversível. Mas "do Bem". Ou seja, com actividades variadas, em torno da cultura, entretenimento, benemerência, altruísmo e solidariedade. Valores casapianos que se queriam fazer continuar vigorar para lá das paredes da Real Casa Pia de Lisboa. O desporto também. O futebol também. Mas era ínfimo, quando comparado com a actividade que se queria fomentar e possibilitar aos seus associados.





Entre mais de quatro centenas de associados
Alguns pertenceram ao "Glorioso" entre eles Cosme Damião que deve ter sido um dos fundadores, no Verão de 1903, e deve ter ficado até final, em 26 de Fevereiro de 1909. Pela documentação que conheço não é possível saber com exactidão. Mas num dia destes, talvez seja possível. O certo é que em Abril de 1907 ele assinou pelo tesoureiro o recibo da quota do associado n.º 9, o senhor Achilles Teixeira. Em Abril de 1907, o nosso Cosme Damião jogava na segunda categoria (uma espécie de reservistas da primeira), embora já tivesse a estreia na primeira equipa, numa situação de recurso (faltou o titular), em 17 de Março de 1906.





Como se pode ver (ler)
Há nomes que constam da lista acima publicada que também foram associados do "Glorioso". E em simultâneo. Alguns jogaram com o "Manto Sagrado". E bem!



A Associação do Bem não teve o sucesso pretendido
E meia dúzia de anos depois extinguiu-se. Só a fundação do Casa Pia AC, em 3 de Julho de 1920, tornaria viável o que foi tentado entre 1903 e 1909. Tudo isto é público, na actualidade, como na época da fundação do "Glorioso" (28 de Fevereiro de 1904), em 1945 (aquando da entrevista dada por Cosme Damião a Mário de Oliveira, feita a 1 de Março e publicada em "A Bola", a 5 de Março) e quando este com o seu amigo Rebelo da Silva fizeram (e publicaram) como edição de autor a prestigiada História do Clube: 1904 a 1954! Não há nada de oculto em relação aos objectivos, actividades e local da Sede, que como se percebe não era em Belém, mas na rua Nova do Almada, em plena Baixa de Lisboa.

Associação do Bem. Uma associação muito para lá de um simples grupo para jogar à bola. Antes pelo contrário. Poucos jogavam!


Alberto Miguéns

NOTA1: Agradeço a colaboração de Hélder Tavares um extraordinário casapiano que conserva preciosidades (alguns documentos únicos) e espólios de casapianos e não casapianos de valor cultural incalculável em instalações precárias junto ao estádio Pina Manique. Uma dedicação nobre, inexcedível, a uma Instituição de excelência em Portugal, a Casa Pia de Lisboa!

NOTA2: A Associação do Bem chegou a ter 456 sócios (pelo menos em número) não sei se em efectividade. Mas andaria por lá perto! O Gloriosíssimo Grupo Sport Lisboa até Maio de 1907 (período de maior esplendor) nunca atingiu, sequer, 30 por cento desse número!



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