Dar Ou Não Dar Um Murro Na Mesa
Benfica

Dar Ou Não Dar Um Murro Na Mesa


OPINIÃO



O futebol português foi formatado, progressivamente, pelo FC Porto desde a década de 80, com sentido único. Ao construir o “Futeluso” para promover o portismo, os andróidesnecessitaram de vergar o Benfica, clube que era (e é) a maior ameaça à sua forma de estar em que os fins (conquistar títulos no futebol e modalidades) justificam a existência de todos e quaisquer meios.

Depois de tantos anos, estabelecendo uma teia bem urdida e montada, quem não é pelo FCP é pelo Benfica. E no “Futeluso” todos sabem ou sentem isso. Se querem ter $uce$$o há que estar ou ser subserviente aos andróides. Daí não ser permitido êxito a quem esteja ou se intitule próximo do Benfica (o caso mais básico e ilustrativo é o dos treinadores, pois os árbitros passam por imparciais). E o Benfica, pela sua grandeza, popularidade, eclectismo e títulos é o principal alvo do “Futeluso”.

Então que sentido faz o Benfica (entenda-se quem o dirige) envolver-se com os poderes gerados no “Futeluso”? Como se fossemos interesseiros e estivéssemos à espera de ser… menos prejudicados. Há que assumir! Se não se quer, se não se sabe ou se não se consegue “combater” ou destruí-los então há que, pelo menos, desprezá-los.

Podemos não conseguir impedir que os abutres voem sobre nós, mas conseguimos impedi-los de fazer o ninho em cima das nossas cabeças.

A importância dos árbitros
Os árbitros são a parte mais importante, o pilar do “Futeluso” porque é com a sua “sabedoria” que se ganham ou perdem jogos, conquistam ou não títulos ou troféus oficiais e há ou não sucesso e $uce$$o.

E os árbitros (apesar do “Futeluso” ter interesse em esconder) são os amadores mais bem pagos deste País. Até mesmo da maior parte dos profissionais de Portugal. Veja-se, segundo o Instituto Nacional de Estatística, que é através da arbitragem (e não das suas profissões) que os árbitros fazem parte do pequeno grupo de portugueses (quatro por cento) que recebem mais de 2 mil euros mensais.

«Assim, segundo o INE (Q.I), no 1º Trimestre de 2009, 1.577.100 trabalhadores por conta de outrem, ou seja, 40,6% do total de trabalhadores em Portugal, tinham um salário liquido inferior a 600 euros por mês. Apenas 483,1 mil, ou seja, 12,4% do total, recebiam um salário mensal superior a 1.200 euros por mês. Os que recebiam mais de 1.800 euros por mês eram apenas 3,8% do total»

São dos assalariados, na relação rendimentos/ tempo despendido, melhor remunerados em Portugal. E sabem que para manter este estatuto que acumula riqueza têm de fazer sobreviver o “Futeluso”, ou seja, serem subservientes aos andróides porque são estes que lhes garantem – através da FPF e LPFP, via chefias, observadores, classificadores e mais gentalha - as posições.

Rendimentos dos árbitros em 2010
Nome
Total (€)
Emprego
Arbitragem
Euros
%
Euros
%
João Ferreira
85 700
38 300
45
47 400
55
Artur
Soares Dias
80 600
33 000
     41
47 600
59
Carlos Xistra
77 700
6 400
27
57 300
73
Duarte Gomes
68 100
18 000
26
50 100
74
André Gralha
65 100
24 100
37
41 000
63
João Capela
62 200
15 200
24
47 000
76
Bruno Esteves
61 000
18 000
30
43 000
70
Bruno Paixão
57 700
7 000
12
50 700
88
Cosme Machado
56 700
11 500
20
45 200
80
Rui Costa
56 500
11 100
20
45 400
80
Marco Ferreira
55 100
16 000
29
39 100
71
Vasco Santos
48 000
0
0
48 000
100
Rui Silva
44 800
21 600
   48
23 200
52
Hugo Pacheco
42 000
0
0
42 000
100
Jorge Tavares
39 640
16 000
40
23 640
60
Hélder Malheiro
28 700
0
0
28 700
100
Jorge Ferreira
24 700
700
3
24 000
     97
Rui Patrício
21 300
7 500
35
13 800
65
Nuno Almeida
15 350
1 300
9
14 050
91
NOTA: Valores publicados, ao sábado, no suplemento
 “Sport” do Correio da Manhã

Os dirigentes que não sabem fazer um diagnóstico correcto nunca poderão ter sucesso sustentado, mesmo que queimem centenas de milhões de euros.

Quando chega Abril/ Maio de todos os anos passamos a vida nisto. O mais fácil é encontrar culpados no interior: treinadores e jogadores. E o exterior não condicionará de mais o interior? Será que o “grupo de trabalho” tem as condições suficientes para ter sucesso?

Não é por acaso que entre 1991/92 e 2010/11 (20 épocas) conquistámos três Campeonatos Nacionais (dos 20 disputados) e três Taças de Portugal (entre as 20 realizadas). Apesar de nos intitularmos o Maior Clube do Mundo e de Ninguém Parar o Benfica! Mas o certo é que Somos o Maior Clube Desportivo de Portugal. Então porque ganhamos tão pouco?

Os culpados de tantos anos de reduzido sucesso são os treinadores e os futebolistas (para nem falar das modalidades!)? Eu não acredito nisso. Em alguns anos terão sido. Mas em todos os 17 de 20 anos de insucesso? No “Futeluso” só é ingénuo quem quiser!

Alberto Miguéns

NOTA: Mas... os murros na mesa só são murros na mesa se não forem anunciados. Têm de ser um misto de surpresa/ imprevisto



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