Futebol a sério
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Futebol a sério


"1. Agora é a sério: a Liga de Futebol Profissional denunciou as ilegalidades dos contratos de transmissão televisiva da PPTV/Olivedesportos/Sport TV junto da Autoridade da Concorrência. Este é o passo que nunca ninguém quis dar e que só a eleição de Mário Figueiredo permitiu: colocar em causa o monopólio do produto televisivo. Um passo (de que muitos duvidaram e que muitos tentaram evitar) que obrigou Fernando Gomes, esta semana, a engrossar o pelotão dos que se colocam a favor da centralização da venda dos direitos televisivos e da melhor redistribuição das receitas entre pequenos, médios e grandes clubes; ver-se-á daqui a pouco a razão para este lance de xadrez do presidente da FPF... Jogadas à parte, agora cabe a palavra à Autoridade da Concorrência, com um processo que seja claro e transparente e decisões fundamentadas e explicadas sem quaisquer constrangimentos. Se atender às pretensões da Liga e dos clubes (a hipótese mais provável, visto o argumentário jurídico), os contratos deixarão de produzir efeitos e/ou só produzirão efeitos durante mais 2 ou 3 anos. Se assim for, nunca mais o futebol profissional será igual por cá.
2. Agora é a sério: as três grandes SAD do futebol têm de mudar de vida. Os tempos do país e do Mundo obrigam; os excessos e os abusos do passado deixaram de ter tantos aliados; os negócios de ocasião são mais esporádicos. No Benfica, anunciou-se há não muito tempo a austeridade, com implícito ato de contrição quanto à irracionalidade da gestão. No Sporting, consegue-se anunciar muito pouco, pois a situação financeira parece ser apenas a administração da iminência do precipício. No Porto, anunciou-se a “redução transversal da despesa” e a adaptação do “modelo de negócio ao mercado”; entretanto, faz-se mais dívida (mais um empréstimo obrigacionista, no esquema habitual) para pagar a que está a vencer, concentrando-a no futuro menos próximo. Para compreender tudo isto era bom que se alcançassem algumas daquelas “rubricas” das contas das SAD. Naquele labirinto de entradas e saídas de dinheiro avultam as transmissões de direitos dos jogadores; decifrar quem é quem e quem recebe e paga o quê seria a verdadeira pedrada neste charco. E se todos percebêssemos quem ganhou e perdeu naquela montanha-russa de comissões (exemplo: 18 milhões só num ano para intermediários...) e fundos com nomes indecifráveis, se houvesse interesse em investigar a legalidade de tudo isso, então talvez o futebol profissional nunca mais fosse o mesmo por cá. Isto, claro está, se estivéssemos num país a sério e... sem medo."

Ricardo Costa, in Record



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