Rogério Responde e Bem...
Benfica

Rogério Responde e Bem...


DESAFIO LANÇADO, DESAFIO RESPONDIDO


Perguntas enviadas por leitores do blogue (tal como sugerido) e colocadas por mim a Rogério Lantres Carvalho, em 13 de Setembro de 2015, entre as 11 horas e a uma hora da tarde, numa das mesas da pastelaria Sul América.

1.    Porque é que o seu irmão tinha o nome França? Era alcunha ou apelido?

Era apelido. O padrinho chamava-se França e colocou-lhe o nome: Armínio França Lantres de Carvalho. O Lantres é do nosso avô espanhol materno. Carvalho é do avô paterno. Armínio França era um grande Benfiquista, mesmo nunca deixando o Chelas FC: primeiro como futebolista e depois como dirigente. O meu irmão era quatro anos mais velho, nasceu em 1918. A nossa mãe: Deolinda Lantres de Carvalho; O nosso pai: Armínio José de Carvalho.

2.   O Senhor Rogério conheceu Cosme Damião? Se sim, o que achou dele?

Poucas vezes me cruzei com ele. Não tive grande convívio. Mas conhecia a sua importância. Encontrei-o nalgumas festas comemorativas de títulos e aniversários do Clube.


História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954; volume II; página 399; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1956 

3.    Chegou a ver algum jogo no Campo das Amoreiras?

Não! Vivia em Chelas, mas em garoto não ia ver jogos. Só do clube do bairro: Chelas FC. Nunca vi jogar o Benfica. Só quando já era futebolista do Clube e estava lesionado consegui ver o Benfica jogar!

4.   Alguma vez ouviu falar de Luís Viera quando esteve a jogar no Botafogo?

Não!

5.    O que lhe disse o Senhor Guilherme Pinto Basto quando lhe entregou a Taça Latina?

Deu-me um grande abraço e disse que tinha orgulho em mim como melhor jogador de um desporto que ele começara a jogar num Colégio Inglês há mais de 60 anos.




6.    A abordagem a José Águas no Lobito foi sugerida por algum dirigente ou foi o contrário: foi o Senhor Rogério que o sugeriu a um dirigente?

Ao jantar, depois desse jogo no Lobito, ficámos na mesma mesa (com José Águas à minha frente). Elogiei-o dizendo “Você é um grande jogador! Gostava de jogar no Benfica?” Águas respondeu-me: “Então não gostava, claro que sim!” Levantei-me e fui falar com o treinador Ted Smith. Perguntei-lhe se considerava José Águas um bom jogador. Ted Smith disse que sim. Regressei à mesa e disse a José Águas: «No final fale com o nosso treinador Ted Smith».

7.   Qual o jogador do Benfica com quem conviveu que tinha a personalidade mais difícil?

Moreira. Agressivo com opiniões sempre do contra. Mas era um grande jogador. Do melhor que havia no tempo dele como médio. Os três Chicos do Benfica faziam o melhor meio-campo em Portugal: Moreira, Albino e Ferreira.


Campeões nacionais 1944/45. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. Gaspar Pinto, Angelino Fontes (massagista), Francisco Albino, Mário Rosa, Janos Biri (Treinador), Francisco Ferreira (capitão), Cerqueira e Francisco Moreira; Na 1.ª fila (avançados): Mário Rui, Arsénio, Guilherme Espírito Santo, Joaquim Teixeira e Rogério. NOTA1: Os cinco avançados são a primeira versão de Biri para os "Cinco Diabos Vermelhos" em contraponto aos "Cinco Violinos"; NOTA2: Mário Rui (e Francisco Calado, então Principiante no "Glorioso") estavam empregados na Casa de Câmbios de Joaquim Bogalho. O SLB tinha menos força que o Sporting CP para conseguir empregos nos organismos corporativos do Estado Novo. Tinham de ser os dirigentes com empresas e comércios a conseguirem empregar os futebolistas
8.     Com que jogadores ou dirigentes do Benfica teve maior afinidade/amizade?

Jogadores: Mário Rui e Guilherme Espírito Santo.

Dirigentes: Bogalho e Francisco Retorta.


História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954; volume II; página 395; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1956 


9.  Qual é a verdadeira história de Félix? Ele pisou mesmo a camisola? Alguma vez mostrou arrependimento?

Todos faziam isso. Não havia tapetes nem grades de madeira no balneário e para não pisarmos o chão frio e húmido, podendo adoecer colocávamos as camisolas suadas no chão à entrada dos duches.
Nesse jogo, em Setúbal, ao intervalo, um dos jogadores pediu mais empenho a todos. Félix retorquiu: Corre tu que eu sou mais esforçado pelo Clube do que tu! Félix era muito orgulhoso. Nunca o vi arrependido.

Eu apesar de conhecer a história contada por Bastos, Artur Santos, Fernandes, Ângelo, Caiado, Rogério e Águas (os sete desse onze, com quem falei acerca do assunto, embora José Águas se esquivasse) vou revelar uma conversa que tive com Fernando Caiado, no Porto, onde viveu os últimos dias da sua vida. Posso acrescentar algo mais, além de fazer o enquadramento de um jogo realizado, há mais de 60 anos, em 18 de Outubro de 1953. Para não estar a criar ruído nesta entrevista/resposta de Rogério vou programar para ser editado logo pela meia-noite.


10.   Qual o defesa adversário que lhe deu mais dificuldades ultrapassar? E qual o mais duro?

Cardoso (do Sporting CP): era rápido e com muita resistência. Fazia marcação cerrada com algumas faltas dissimuladas: puxava a camisola, empurrava, encostava-se para desequilibrar. Mas era grande futebolista. Jogava muito em cima sem dar espaço para um avançado poder pensar e jogar.


 O cromo  n.º 12 frente ao cromo n.º 1


11.     Qual o campo que lhe custava mais jogar (desportivamente e fisicamente)? 

Todos os que não fossem relvados! E só havia dois ervados: Salésias e Lima (Porto)!

O "Glorioso" (com Rogério) no estádio das Salésias em 25 de Abril de 1943! História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954; volume II; página 354; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição dos autores; Lisboa; 1956 

12.    O Estádio das Salésias tinha algum carisma especial ou era mais um?

Tinha relvado, facilitando o futebol dos tecnicistas.

13.    O Senhor Rogério conheceu  Artur José Pereira? Se sim, o que achou dele?

Não. Só ouvi falar nele.

14.  Alguma vez se falou num regresso de Cândido de Oliveira, como treinador, ao Benfica? Era assunto proibido no Benfica?

Nunca. Não me lembro de ser abordado esse assunto.




Rogério quis deixar mais esta mensagem aos Benfiquistas

Agora a caminho dos 93 anos (7 de Dezembro) considero-me um privilegiado com saúde e lucidez. E estou confiante que vou vencer a última final. É uma final que vai durar uma década, entre os 90 e os 100 anos!



Viva o Grande e Glorioso Benfica!



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