8+10=18 em 180
Benfica

8+10=18 em 180


"Entre Setembro e Outubro de 1965 o Benfica defrontou o desaparecido Stade Dudelange para a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Mesmo com a equipa em poupanças, e com adaptados como hoje está na moda, as vitórias foram copiosas. Contas mais certas seriam difíceis de fazer...

O Stade Dudelange não existe mais. Agora existe um tal de F91 Dudelange, que tem nome de prova de automóveis mas é, de facto, o fruto da união entre o Stade Dudelange, o Aliance Dudelnage e o US Dudelange. A fusão deu-se em 1991, claro está!
No seu tempo de glória, o Stade Dudelange foi a melhor equipa do Luxemburgo. Nesse tempo bateu o Jeunesse Esch e o Spora Luxemburgo, seus grandes rivais. Nos anos 40 chegou a ser campeão quatro vezes consecutivas. Em 1964/65 foi campeão do Luxemburgo pela última vez. E, na época seguinte, coube-lhe defrontar o Benfica para a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Logo na primeira eliminatória.
Na véspera de actuar no Estádio Émile Meyrisch, o Benfica deslocou-se a Glasgow para defrontar o Rangers, numa das suas muitas viagens que o prestígio internacional e os altos 'cachets' exigiam. E assim, em Ibrox Park jogaram os titulares, porque 'noblesse oblige', os mesmos que no fim-de-semana seguinte se deslocaram ao Porto para mais uma jornada do Campeonato Nacional.
Era  a contar para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, mas não houve mais remédio senão recorrer a poupanças no Luxemburgo. Entraram os mais novos, com um ou outro mais velho à mistura. Assim: Melo; Augusto Silva, Germano, Calado e Jacinto; Neto e Santana; Iaúca, Pedras, Serafim e Guerreiro. 3-0 para o Benfica ao intervalo; 5-0 na segunda parte. Não houve motivos para 'reproches'. Pedras(3), Serafim(2), Iáuca(2) e Santana resolveram um problema que se relevou muito pequenino. Costa Pereira, Simões e Cruz lesionados, não foram sequer hipóteses; José Augusto, Eusébio, Coluna e Torres foram deixados em 'banho maria'. O Benfica tinha qualidade para se dar ao luxo de fazer avançar as segundas linhas. E mesmo assim vencer, por 8-0. 'Em Lisboa jogaremos muito melhor', garantia Nicolas Mahr vice-presidente do Stade Dudelange. 'A eliminatória já estava perdida desde o dia do sorteio. Em Lisboa procuremos dar o melhor possível e depois descansar uns dias gozando o sol do vosso belo país!'

Mudar aos 5, acabar aos 10
Entretanto, Eusébio e Flora casaram-se pelo civil. O casamento religioso prometia ser de arromba. O Stade Dudelange vinha à Luz para a segunda 'mão' da primeira eliminatória da Taça dos Clubes Campeões mas dava-se maior importância à visita do Eintracht Frankfurt que estava em Lisboa para um encontro particular contra o Benfica cuja receita reverteria para a Cruz Vermelha Internacional.
Os luxemburgueses vinham à procura do sol, mas choveu a potes em Lisboa. Choveu água e choveram golos. O Benfica não foi o Benfica do costume, jogara dias antes frente ao Varzim para o Campeonato, tinha o Eintracht à porta, houve mais poupanças, como agora está na moda, e escrever-se na Imprensa: '...o Benfica não esteve no ataque com a acutilância necessária para realizar exibição a nível europeu, mas também o antagonista não merecia melhor actuação...'. Ora vejamos: Melo; Augusto Silva (um adaptado, e esta?), Raul e Jacinto; Neto e Ferreira Pinto; Coluna, José Augusto, Eusébio, Torres e Guerreiro. Muito certo, certamente, mas a verdade é que, mesmo assim, marcaram-se 10 golos no Estádio da Luz e todos para o mesmo lado, o lado do Benfica, claro! Ao intervalo: 5-0. Três de Eusébio e dois de José Augusto, alguns deles verdadeiramente vistosos, como os dois de José Augusto. Na segunda parte: 5-0. Mais um de Eusébio, outro de José Augusto e os outros três de Torres, Ferreira Pinto e Guerreiro.
Amadores, os luxemburgueses não poupavam nos elogios. Tinham sido vergados a um recorde histórico nas  duas 'mãos' de uma eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Em 180 minutos, 18 golos para o Benfica. Contas mais certas não se podem fazer..."

Afonso de Melo, in O Benfica



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