Dia de Estreia (II)
Benfica

Dia de Estreia (II)


HÁ 94 ANOS, EM 1921, O FUTEBOL ESTREOU-SE A JOGAR NO DIA 13 DE NOVEMBRO.



NOTA (IGUAL À DE ONTEM): O facto de ter de me ausentar durante três dias – 12, 13, 14 - para longe do blogue (o local para onde vou nem telemóvel “aceita” com regularidade) e não querer perder o hábito de fazer um texto diário, abrindo uma excepção que depois – por preguiça – poderá começar a ser regra, “obrigou-me” a inventar o que poderia programar para não estar a fazer uma “posta” diária que afinal tivesse letra(s) e fotografia(s) mas que, mesmo assim, não tivesse mais significado que “vazio”. Ou seja, estar lá ou não estar, seria o mesmo. Com a agravante de me ter ocupado tempo.

Olhei para o Glorioso Diário e optei pelas estreias do Futebol
Aproveitando, assim, para evocar uma efeméride com significado e honrar os ases que nos honraram o passado. Vai ser assim, em 12, 13 e 14 de Novembro. “Novidades” apenas pela meia-noite de 15 de Novembro.


Para um Clube fundado em 1904 e a estrear o Futebol em 1905
Foi necessário esperar 16 anos para que a equipa de futebol se estreasse em 13 de Novembro de 1921, há 94 anos. Num jogo com história, como na Gloriosa História todos têm. E este foi o n.º 303.

Jornal "Diário de Lisboa"; página 4; segunda-feira; 14 de Novembro de 1921

A crónica diz tudo (mas nada como ressalvar o lado Benfiquista, “defeito de fabrico”)
A segunda jornada do campeonato regional de Lisboa foi disputada no campo do Sporting CP, no estádio do Campo Grande que em 5 de Outubro de 1941 seria inaugurado como estádio do Benfica! Como a crónica indica não foi um o encontro do clube proprietário - ainda que arrendado - do campo de jogos frente a um histórico do futebol de Lisboa, o Internacional que interessou os entusiastas do futebol do início dos anos 20, mas...o jogo a seguir. O Benfica!
Tal como no jogo evocado ontem, o primeiro foi de cabeça após um pontapé-de-canto, pelo chamado meio-avançado à esquerda, Jesus Crespo. Foi o extremo-direito João Morais a marcar o pontapé de canto. Cosme Damião entendia o futebol como uma espécie de "geometria dinâmica". Extremos a marcar os cantos, meios-avançados nas esquinas da grande-área (para recargas a "bolas perdidas" e avançado-centro entre os dois defesas e o guarda-redes contrários. Bem visto Cosme! Seguiram-se golos de Alberto Augusto (pontapé forte como característica) e Ribeiro dos Reis (mais em habilidade no geral, este golo não sei!) Ao intervalo 3-0!
Alberto Augusto, o exímio marcador de grandes penalidades faz o 4-0. Depois "Simõeszinho" (meia-avançado à direita) recebe um passe da esquerda, provavelmente de Alberto Augusto ou de Ribeiro dos Reis (que era contra" o egoísmo"). Bastinhos com a "loucura" que o fazia ser único lá fez o "penalti" da ordem": 1-5!

Para que não haja dúvidas o "Glorioso" alinhou com:
De guarda-redes para extremo-esquerdo. Da ala direita para a ala esquerda:

Francisco Vieira "Chiquinho";

José Bentes Pimenta e José Maria Bastos;

Fernando de Jesus, Vítor Gonçalves (capitão) e Fausto Peres;

João Morais, José Francisco Simões, António Ribeiro dos Reis, Jesus Muñoz Crespo e Alberto Augusto. 

NOTAS FINAIS (apenas três destaques quando temos onze futebolistas que são Glórias. Nem um para excepção!)
1. Chiquinho o guarda-redes internacional, considerado o primeiro guarda-redes em Portugal a conseguir ser mais popular entre os adeptos que os avançados;
2. Vítor Gonçalves que seria, em 1935/36, o primeiro treinador campeão nacional pelo Benfica e o primeiro português a conseguir tamanha proeza;
3. Alberto Augusto que fez parte (com Vítor Gonçalves e Ribeiro dos Reis) da primeira selecção nacional (18 de Dezembro de 1921, ou seja deste jogo a pouco mais de um mês) em Madrid, marcando o primeiro golo de Portugal, na derrota por 1-3, frente à congénere de Espanha. Golo de grande penalidade ao mítico guarda-redes espanhol Zamora. sabe-se lá se não a ensaiou, ao fazer o 4-0, frente ao Império LC neste jogo de há 94 anos, com imperialista Arsénio a fazer de Zamora!
4. (para os que querem saber mais acerca do último período do texto jornalístico). O Benfica venceu os quatro jogos ao Império LC nas quatro categorias:
1.ª por 5-1;
2.ª por 2-0;
3.ª por 3-0;
4.ª por 6-0. Neste dia Cosme Damião e a rapaziada bem puderam comemorar! Em quatro jogos, 16 golos marcados e um sofrido (de grande penalidade). Se há alguém incrédulo perante tamanha grandeza só tenho que lhes dizer com carinho, embora não pareça. É o Benfica Estúpido(s)!

Quando se foi grande e se manteve sempre grande, o destino será continuar a ser grande!

Alberto Miguéns



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