Benfica
O Benfica Com o Comunista! E os Outros Com Fascistas…
HISTÓRIA
É um absurdo não destacar (e elogiar) o Benfica como clube de tolerância desde a sua fundação em 28 de Fevereiro de 1904. Em termos ideológicos (por que é este assunto que merece reflexão neste texto) o Benfica nunca descriminou ninguém pelas suas opções políticas, independentemente das opções ou realidades políticas do país. Mas há ainda uma situação mais gravosa. Tendo em conta a história do “Glorioso” torna-se asqueroso conotar o Benfica com qualquer regime político. Porque é uma mentira traiçoeira.
O clube da tolerância e respeito
No Benfica o principal atributo para acarinhar, enaltecer e elogiar associados nunca foram as suas simpatias e graças políticas, mas sim o contributo para o engrandecimento do clube. O que sempre foi importante é a disponibilidade e a capacidade dos associados, para num determinado momento e período de tempo, servirem bem o “Glorioso”. Por isso, o clube nunca estigmatizou ou desprezou ninguém que o quisesse servir de acordo com os princípios que enquadram o nosso ideal. Assim:
Entre 28 de Fevereiro de 1904 e 5 de Outubro de 1910 acolheu-se, em pé de igualdade, monárquicos e republicanos;
Entre 5 de Outubro de 1910 e 28 de Maio de 1926 acolheu-se, em pé de igualdade, republicanos e monárquicos, e entre republicanos, dos moderados aos radicais;
Entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974 acolheu-se, em pé de igualdade, democratas e salazaristas, situacionistas e oposicionistas;
Depois do 25 de Abril de 1974 acolhe-se gente de todas as ideologias, desde que obedeçam às leis do regime enquadrado pela Constituição de 1976 e desde que não utilizem o clube para actividade política.
A tolerância é um dos pilares do Benfiquismo e assim continuará por muitos (e largos) anos.
Como poderia um comunista perseguido ser do Benfica?Se o Benfica fosse o "Clube do Regime" ou conotado com o Estado Novo jamais teria tantos adeptos entre os militantes do Partido Comunista e outros simpatizantes da esquerda e extrema-esquerda, até guerrilheiros das ex-colónias, que em larga maioria identificavam-se com os valores (democracia), praticas (eleições e votações em assembleias gerais) e tolerância Benfiquista. O FCP e com muita incidência o SCP tinham, estes sim, muita gente ligada ao regime. E fomentavam (principalmente os dirigentes do SCP) a existência de "legionários", a escumalha do Estado Novo, pois a Legião Portuguesa estava para a PIDE como as SA para as SS nazis. Ou seja, eram na prática os delatores que se serviam da mentira e calúnia para agradarem aos poderosos, caindo nas suas "boas graças", denunciando outros cidadãos. Por isso os comunistas, e demais população, odiavam e temiam a "bufaria", se bem que fossem os comunistas a sofrer "na pele e nos ossos" a delação.
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Entrevista da jornalista e escritora Maria João Avillez à revista Notícias Magazine em 27 de Maio de 2012 |
Álvaro Cunhal
Quem foi Álvaro Cunhal?
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Faleceu em Lisboa, a 13 de Junho de 2005 |
Mentira traiçoeira
Só quando muitos democratas já não estavam entre os vivos ou já não têm idade, saúde ou intervenção mediática para se defender e repor a verdade é que surgiu a mentira: "O Benfica é o clube do regime", frase inventada para justificar a actual grandeza. Ou seja, que a actual grandeza só foi conseguida porque o Estado Novo protegeu o Benfica para que este conquistasse mais títulos, prestígio e adeptos. É uma mentira facilmente desmontada, mas é traiçoeira porque não surgiu logo em 25, 26 de Abril de 1974 ou nos dias seguintes, mas só passados mais de vinte anos. Para que não fosse ridicularizada por democratas de vários clubes.
Comparações entre nós e os outros
Enquanto o Benfica era tolerante, na maior parte dos clubes, em particular nos mais mediáticos e com mais simpatizantes, perseguia-se quem não era do regime, e principalmente quem se pensava (ou sabia) perseguido pelos regimes. Exemplos: o FCP e o SCP nunca tiveram dirigentes (presidentes da Direcção) considerados democratas, oposicionistas ou do “reviralho” mas tiveram, abundantemente, quem estivesse ligado ao aparelho corporativo (deputados da União Nacional, ministros e dirigentes regionais da União Nacional) e repressivo (PIDE e Legião Portuguesa) do Estado Novo. O Benfica nunca teve nenhum presidente da Direcção que estivesse ligado ao Estado Novo, mas teve vários conotados com a oposição.
Cinco Verdades Inconvenientes (para os pseudo-democratas)
A mentira é facilmente desmontada porque há situações, comportamentos e factos tão evidentes que tornam absurdo a colagem do Benfica ao Estado Novo, quando outros clubes estão muito mais identificados, ainda que agora queiram limpar a sua imagem sujando a do Benfica. Proponho analisar os cinco aspectos seguintes:
Cinco Verdades Inconvenientes1.ª Sem jogos da Selecção Nacional
2.ª Datas das inaugurações dos Estádios
3.ª Dirigentes (e responsáveis) democratas
4.ª Eleições (e Assembleias Gerais) democráticas
5.ª Sem finais de competições oficiais “em casa”
Os Benfiquistas situacionistas também merecem respeito
Tal como os oposicionistas ao Estado Novo, merecem ser destacados, porque além de mostrarem a tolerância do nosso clube (ou seja, dos restantes, que entre situacionistas e “desinteressados” até deviam ser maioritários) também são recordados por prestigiarem o Clube, outros há que sendo situacionistas também engrandeceram o Benfica. E não devemos cair no extremo oposto que é o de para evidenciarmos o carácter oposicionista de uns esquecer o que outros, por concordarem com o Estado Novo, fizeram a bem do Clube, sendo estigmatizados e desprezados. Não faz sentido. O que faz sentido é a coexistência de todos e enaltecer quem nos fez, ainda, maiores, independentemente de qualquer ideologia. Em breve no EDB vamos enaltecer oposicionistas e situacionistas, desenvolvendo biografias ou simples apontamentos de alguns nomes, mostrando como conseguiram cooperar, esquecer divergências políticas e ideológicas, e fazer gigante um clube muito grande.
Todos estes assuntos serão desenvolvidos brevemente no “Em Defesa do Benfica”, como indica o plano abaixo transcrito.
Alberto Miguéns
NOTA: Plano de publicação (previsão)
12 de Junho/ Sem jogos da Selecção Nacional
13 de Junho/ Datas das inaugurações dos Estádios
14 de Junho/ Dirigentes (e responsáveis) democratas
15 de Junho/ Eleições (e Assembleias Gerais) democráticas
16 de Junho/ Sem finais de competições oficiais “em casa”
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