Um Ribeiro não faz uma matilha!
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Um Ribeiro não faz uma matilha!


"Quando se usa um espaço de opinião de forma cínica e desrespeitadora, temos e dever de denunciar esse facto e as suas razões. Por defeito meu, certamente, estou convencido das virtudes da liberdade de expressão, mas igualmente seguro do que ela não pode esconder a vontade de uma vingança dirigida. Um problema mal resolvido no passado é sempre o caminho mais curto para nos toldar a razão.
Tudo isto a propósito de um artigo de opinião que o senhor Bernardo Ribeiro, subdirector do jornal Record, publicou no passado domingo. Vamos por partes:
Nunca pertenci a nenhuma claque, nem legalizada, nem por legalizar, sendo que a diferença entre as primeiras e as segundas, é que as legalizadas têm sido aquelas que se têm comportado como ilegais, e têm praticado os piores actos de vandalismo. Sobre isso, não se ouve uma só palavra do secretário do Desporto, que tão preocupado esteve no passado, com os aspectos meramente formais e contabilísticos, apressado que estava em apresentar um número significativo de claques ditas 'legais', e dando assim conta de que o objectivo estava alcançado.
Puro engano, do secretário de Estado e de todos aqueles que, de vez em quando, enchem a boca com a distinção entre 'claques' que cumprem a lei e as que estão fora dela. Mas que lei? A lei das bolas de golfe? Das esperas a jogadores? Da recepção aos adeptos do Atlético de Madrid? Da perseguição a Co Adriaanse? Do espancamento de Adriano? Ou das ameaças com armas de fogo a Paulo Assunção?
E, no entanto, tudo isto é fruto - apenas - de um bando de delinquentes. Foi por esta razão que, nas várias declarações dos responsáveis do Sport Lisboa e Benfica, antes da deslocação ao porto, houve o cuidado de não confundir as gentes do Porto e os adeptos do FC Porto, com um grupo de marginais que de forma repetida atentam contra o futebol.
Nas claques, ou nos grupos organizados de adeptos - e o senhor Bernardo Ribeiro já o devia saber, porque já por lá passou - há pessoas de origens muito diferentes, com formação diversa e, também por isso, com motivações bem diferenciadas. Entre os adeptos 'organizados' dos vários clubes de futebol, podemos encontrar médicos, advogados, taxistas, pedreiros e muitos mais, Partilham a paixão do futebol, algumas vezes - é certo - levadas ao extremo. Em todos estes grupos haverá aqueles que ultrapassam as fronteiras do legal ou do aceitável, mas tomar o todo pela parte, generalizando o comportamento de alguns no exemplo de todos, é injusto e perigoso.
Chamar-lhes 'matilha' - como fez Bernardo Ribeiro - é ir demasiado baixo e perder qualquer objectividade ou a razão na análise e, acima de tudo, é uma descrição preocupante de alguém que viveu essa experiência no passado.
Dizer que 'o Benfica está entregue aos bichos' é, antes de mais, expressar um desejo, porque ele melhor do que outros sabe o absurdo e a falta de fundamento de tal afirmação.
Por acaso não me lembro de ter lido - da pena de Bernardo Ribeiro - nada semelhante quando em Dezembro do ano passado o Sporting abdicou de apresentar João Pereira aos sócios, optando por mostrá-lo num jantar comemorativo do aniversário de uma claque. Também não me lembro de ter lido uma palavra sobre o facto do Departamento de Comunicação desse mesmo clube ter publicado um comunicado da Juve Leo por meios institucionais.
Poderia terminar este desabafo de forma fácil e dizer que com chefias destas é, afinal, o jornal Record 'que está entregue aos bichos', mas não o vou fazer por respeito a bons e muitos outros profissionais que lá trabalham. Mas lá que a tentação é grande, lá isso é! Mas, mais uma vez, não misturamos o mau exemplo de um profissional com o valor da instituição para a qual trabalha!"


João Gabriel, in O Benfica

PS: A visita inesperada de adeptos do Benfica ao treino da equipa de futebol, nas vésperas do jogo com a Naval, foi na minha opinião desnecessária, estúpida, e 'perigosa'. Tanto o Jorge Jesus na altura, e o Departamento de Comunicação do Benfica estiveram muito bem, ao 'retirar' impacto ao acontecimento. É uma situação que não se deve repetir.
Agora comparar as atitudes premeditadas dos Capangas dos Corruptos, e as 'birras' dos 'copinhos de leite' dos Submissos, com o comportamento das claques do Benfica, é ridículo...




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